Com acordo bilionário com T-Mobile, Ericsson aposta em 5G nos EUA

A fornecedora Ericsson assegurou nesta semana um contrato plurianual de US$ 3,5 bilhões para fornecer equipamentos para a rede 5G da operadora norte-americana T-Mobile. O acordo prevê a implantação de hardware e software com sua plataforma pronta para a próxima geração, além da atualização simples de software nos aparelhos já instalados para suportar a nova tecnologia.

O diretor de marketing e produtos 5G para a América do Norte da Ericsson, Peter Linder, explica que esse é apenas um dos acordos da fornecedora para o mercado dos Estados Unidos. "Temos feito testes com todas as grandes operadoras móveis dos EUA, além das provedoras de cabo, de fixo e de serviço privado", declarou ele a este noticiário. A maioria dos testes é para entender como as bandas mais altas se comportam, enquanto procuram manter a rede estável. As aplicações vão desde a banda larga fixa-móvel até novos serviços, como videochamadas em 3D utilizando baixa latência para manipulação colaborativa de holograma, conforme a imagem acima.

Linder afirma que todos os equipamentos da companhia lançados a partir da geração anterior podem ser atualizados via software para a tecnologia 5G, o que é uma das estratégias da empresa para agilizar o início da operação das futuras redes – a Verizon deverá ligar sua primeira ainda em setembro. Outro recurso empregado pela Ericsson é o de um compartilhamento interno de espectro, que permite a gestão da banda entre as tecnologias 4G e 5G de forma imediata e dinâmica. "É otimizado para tudo, e é importante porque você não precisa investir em alta capacidade sem usar." Esse recurso estará disponível a partir do segundo semestre de 2019.

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Política norte-americana

Como sueco radicado nos Estados Unidos, Peter Linder entende que há um movimento forte no país para chegar à liderança em 5G, seguindo as diretrizes da política da administração Donald Trump. A América do Norte é o maior mercado da Ericsson, e a companhia tem realizado esforços não apenas para acelerar padronizações da tecnologia, mas também executar projetos completamente norte-americanos: do desenho do hardware até a produção e fabricação dos equipamentos, tudo será feito nos EUA.

Outro ponto é na farta disponibilização de espectro por parte da reguladora Federal Communications Commission (FCC). Peter Linder entende que não há uma faixa específica que deverá predominar, uma vez que dependerá das necessidades das aplicações, variando de 600 MHz, como a própria T-Mobile aposta (ao menos até uma possível fusão com a Sprint), até 39 GHz (frequência na qual a Ericsson realizou a primeira chamada móvel de dados com a Qualcomm).

A FCC tem ajudado também com a simplificação da emissão de licenças de uso de postes. "Vamos precisar de um milhão de antenas em dez anos, e hoje temos 300 mil", destaca. Há uma grande movimentação de implantação de small cells para aumentar a densidade da cobertura, em preparo para a 5G. Segundo Linder, havia nos EUA 10 mil small cells em 2017, e este ano chegarão a 300 mil.

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