5G não deve ter market share significativo na América Latina até 2025 projeta GSMA

A área de inteligência da GSMA anunciou esta semana, durante o Mobile World Congress Americas, que acontece em em Los Angeles, um novo estudo com tendências e perspectivas para a indústria de telecomunicações. A associação, que congrega os principais operadores e fornecedores de telecomunicações, aposta que na América Latina, incluindo o Brasil, a tecnologia de 5G não deve ser uma realidade relevante em termos de participação de mercado até 2025, ainda que se projete um espaço significativo para crescimento e expansão das redes e serviços de 4G e a possibilidade de algumas operações de 5G antes disso. A estimativa da GSMA Intelligence é que em 2025 apenas 8% da base de usuários móveis na América Latina seja de 5G, 64% em 4G, 2% em 3G e ainda 6% em 2G, considerando uma base total prevista de 517 milhões de usuários (contra os 436 milhões no final de 2017). A GSMA não prevê uma aceleração significativa de investimentos na região, com um montante de US$ 15,5 bilhões anuais, contra cerca de US$ 15,2 bilhões atuais. A título de comparação, a GSMA projeta que a China terá cerca de 28% de sua base em 5G em 2025 e 0% de base em 3G e 2G. Nos EUA, o percentual de 5G em 2025 deve se aproximar de 50%, e 44% em 4G (hoje é 70%). Na Europa pelo menos 29% dos usuários serão 5G em 2025.

A GSMA aponta um grande espaço para a ampliação do uso da banda larga móvel onde a rede já está presente mas ainda não há usuários. No Brasil, por exemplo, a cobertura móvel deve superar 200 milhões de pessoas no país, o que significa quase a totalidade da população, mas apenas 122 milhões de usuários, havendo portanto um potencial de quase 80 milhões de pessoas a serem atendidas. Essa diferença entre cobertura e uso se mantém em praticamente todos os países da América Latina.

Para a América Latina, a GSMA aponta o crescimento de receitas como uma prioridade, mas não se projeta uma expansão para até de 2% nos próximos anos om serviços móveis.

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Desafios nas receitas

A GSMA Intelligence projeta que as operadoras móveis seguirão com dificuldades para ver as receitas crescerem acima de 1% ao ano. A indústria de celular fatura cerca de US$ 1,1 trilhão por ano, portanto um crescimento de 1% parece muito em valores absolutos, mas é pouco se comparado com as necessidades de investimentos da indústria sobretudo para a implantação das redes de 5G. Para complicar, espera-se para os próximos anos uma retração da taxa de crescimento do setor na China, de 5% ao ano para cerca de 1,9%, não deve haver aceleração do ritmo nos EUA e as boas notícias devem ficar restritas à Europa e Índia.

Com tudo isso, o setor de telecomunicações tem tido um desempenho estável em termos de valor de mercado, com as ações em leve declínio nos últimos 4 trimestres. Segundo a GSMA, as operadoras móveis acumularam valor de mercado no final do segundo trimestre se US$ 1,3 trilhões, contra US$ 4,3 trilhões das empresas de Internet. Os fornecedores de telecom somam US$ 627 bilhões (sem considerar Samsung e Huawei que não são listadas em bolsa).

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