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Banda larga: penetração nos domicílios e disparidade regional ainda são desafios, mostra pesquisa

Em um ano, o acesso à Internet nas residências ficou praticamente estável em relação a 2014 na média brasileira. Segundo dados da pesquisa TIC Domicílios 2015, divulgada nesta terça, 13, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do NIC.br e CGI.br, a proporção de domicílios com acesso no ano passado foi de 51% (contra 50% no ano anterior), ou 34,1 milhões de domicílios, o que significa que ainda metade do País permanece desconectada. Sobretudo, a desigualdade no acesso continua um grande gargalo: enquanto na classe A, 99% são conectados, na classe DE apenas 16% dos domicílios possuem acesso à Internet, incluindo acesso móvel e/ou discado. Isso significa que aproximadamente 30 milhões de domicílios dessas classes com menor poder aquisitivo são desconectados.

Por regiões, a situação também não é favorável. No Norte e no Nordeste há maior proporção de desconectados: 62% e 60%, respectivamente. O Centro-Oeste tem 52% de domicílios sem conexão, e no Sul, 47%. A região mais conectada é a Sudeste, onde há 40% das residências desconectadas. É, porém, a maior quantidade de desconexões líquidas: 11,7 milhões de domicílios não possuem acesso. Assim, o Sudeste possui ao mesmo tempo mais conectados (proporcionalmente 60% dos domicílios) e mais desconectados, já que é a região com maior densidade populacional.

Segundo o coordenador do Cetic.br, Alexandre Barbosa, os números são uma “mensagem importante para gestores públicos”, uma vez que mostram uma “longa série histórica nas quais as desigualdades regionais são persistentes”. Na avaliação dele, isso indicaria que as condições atuais de preço e acesso à banda larga no Brasil pode ter atingido o “limite de capacidade de consumo”. “Certamente precisamos ter políticas que possam mudar (a situação), sobretudo reduzindo preço do acesso, pois quando comparado a outros países vizinhos, ou mesmo (em escala) global, o preço da banda larga brasileira continua sendo inacessível”, declara.

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Barbosa acredita que uma das formas de mudar a dinâmica é justamente lidar com a barreira do custo: o motivo mais apresentado (60% dos entrevistados) na pesquisa para não haver conexão na residência é o preço do serviço. Mas não é o único – a disponibilidade de infraestrutura e também de acesso aumenta a desigualdade na distribuição. “Em áreas rurais (53%) e no Norte do País (56%), a segunda maior barreira é a disponibilidade de acesso – em muitas áreas, não tem nenhum operador chegando”, destaca. Para tanto, uma saída poderia ser o fomento da sustentabilidade de pequenos provedores de Internet por meio de políticas públicas de longo prazo. “É uma forma de mudar, em alguma medida, a concentração de mercado na mão de grandes provedores.”

Tecnologias

Do total de domicílios com acesso à Internet, 68% possuem banda larga fixa. Em outro recorte, mas ainda dentro do universo de domicílios com acesso, a conexão móvel (3G ou 4G) representa 22%, enquanto a DSL totaliza 26% dos acessos de banda larga; o cabo ou fibra são 24%; o sinal via rádio é 11%; e o sinal via satélite é 8%. A conexão discada ainda está em 1% das residências.

Mais uma vez, a distribuição da banda larga muda conforme a região e a classe econômica. O uso da tecnologia de acesso por rádio é mais forte no cenário rural (25%) do que urbano (10%), assim como a rede móvel (32% e 21%, respectivamente). A penetração da banda larga fixa é maior no Sul (74%) e menor no Norte (47%). Como era de se esperar, 93% da classe A possui banda larga residencial, contra 33% da classe DE.

Governo eletrônico

Houve um crescimento de 9 pontos percentuais de indivíduos que utilizaram serviços de governo eletrônico nos últimos 12 meses, chegando a 59% em 2015. Os serviços mais utilizados foram educação (28%), impostos e taxas (26%) e documentos pessoais (23%). Alexandre Barbosa ressalta, entretanto, que o uso do e-gov é maior em classes mais escolarizadas e altas. “Isso revela um pouco que o governo tem desafio – sobretudo na comunicação do que é o governo eletrônico, na facilitação dessa intermediação em canais eletrônicos”, declara. O acesso é maior na classe A (81%), enquanto na classe DE a proporção é de 40%.

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