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Por que as telcos devem adotar a estratégia Cloud Centric?

Michele Liguoro é sales director da Engineering

Quando falamos de Transformação Digital abordamos mudanças radicais de paradigmas em qualquer tipo de corporação e mercado. O setor de telecomunicações, por exemplo, foi um grande precursor desse movimento ao iniciar a jornada de expansão de seu portfólio de serviços, indo além da tradicional oferta de voz e dados para soluções de conectividade, serviços de mídia, IoT e Enterprise Cloud.

Somado a esse pioneirismo, a crise ocasionada pela Covid-19 produziu a aceleração de todas as tendências de digitalização, e o setor deve aproveitar a oportunidade para intensificar a inovação de processos operacionais e de negócios, assim como criar receitas reinventando os modelos de negócios existentes. Essa transformação exigirá uma compressão significativa de custos e, acima de tudo, sobre como tornar o conteúdo disponível e utilizável.

Neste ponto de vista, a visão centralizada das atividades e a integração completa com fornecedores externos certamente irão agilizar os processos. E, para suportar todas as inovações e tendências de digitalização, a nuvem é a chave da transformação digital porque é certamente o primeiro passo – Cloud Centric – para soluções escaláveis, resilientes, hiper personalizadas, repletas de Inteligência Artificial e omnicanalidade. Além disso, com a nuvem, as operadoras podem diminuir o foco em frentes como gerenciamento da infraestrutura e dar foco ao que, de fato, é necessário: o cliente.

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Hoje, ainda à luz da crise atual, a demanda por conectividade avançada tem se destacado dentro da estrutura da cadeia de valor do ecossistema. E o desenvolvimento de 5G terá um papel fundamental ao habilitar serviços para coexistir na mesma rede, com a garantia de segurança e eficiência. Neste sentido, o Network Slicing (ou, fatias de rede) proporcionado pela Edge Computing (Computação de Borda) torna possível subdividir a rede em várias “redes virtuais”, mas com base em uma infraestrutura comum, e, portanto, capaz de atender aos requisitos específicos de diferentes aplicativos, serviços, dispositivos e clientes.

Esse tipo de infraestrutura facilita o desenvolvimento de novos modelos de negócios ao possibilitar a gestão simultânea e a consequente necessidade de suporte dos serviços diferenciados em termos de capacidade de transmissão e processamento imediato das informações coletadas dos sensores em campo, latência quase nula e confiabilidade, proporcionando assim uma solução viável para a crescente complexidade da rede. Para que isso seja possível, existem somente duas alternativas: ter Data Centers próprios, que são altamente onerosos, espalhados em todo o País, ou contar com um cloud provider robusto e com cobertura capilar do território brasileiro.

Como vimos, o desafio 5G coloca o foco na importância de várias estratégias e avaliações operacionais. A evolução da rede e seu uso eficiente, por meio da automação e virtualização de funções, forma a base sobre a qual as telcos construirão serviços de valor agregado. Isso permitirá que eles se tornem verdadeiros provedores multisserviços, capazes de oferecer complexas soluções que integram serviços proprietários e de terceiros, plataformas e tecnologias digitais, que por sua vez servirão como integradores.

As operadoras de telecomunicação estão começando a se mexer de forma mais consistente nos últimos tempos. Projetos de Big Data e ou sistemas de integração digital na nuvem já são uma realidade, mas ainda muito precisa ser feito. Esse caminho exige grandes investimentos a curto e médio prazos, tanto na rede como na infraestrutura de TI, assim como na organização (processos e pessoas), que deve se tornar ágil e alavancar o capital humano. Dentro das operadoras já existe uma movimentação grande para esta jornada com programas de capacitação de seus profissionais e adoção de arquiteturas e tecnologias orientadas a dados, que permitem uma visão abrangente dos clientes e da organização, bem como o apoio a novos modelos de negócios.

Como parte da ruptura digital enfatizada pela crise da Covid-19, o desenvolvimento do setor depende da capacidade de customização dos serviços, que deve ser realizado com base no conhecimento completo do cliente, garantindo que ele tenha uma experiência de usuário positiva. Os dados pessoais são a chave para personalizar os serviços oferecidos, enquanto as técnicas de Analytics e Inteligência Artificial podem oferecer uma vantagem competitiva fundamental para o alcance desta meta desafiadora.

As telcos, portanto, devem substituir a infraestrutura obsoleta e frágil, evoluindo no sentido de soluções que facilitem uma redução significativa dos custos, o que, consequentemente, conduzirá ao aumento da competitividade do setor e de mais flexibilidade perante a eventos sazonais com picos de procura, como Black Friday, dia das mães e Natal, por exemplo. Para conseguir isso, será necessário contar com integradores de sistema, ou melhor, parceiros, capazes de apoiá-los nesta profunda transformação de infraestrutura, processos e modelos de negócios. Isso significa que será necessário focar, incialmente, na nuvem para tornar as estruturas mais ágeis e, posteriormente, em automação com Blockchain, Inteligência Artificial, Análises Avançadas e RPA para oferecer um conjunto de produtos inovadores voltados para o aprimoramento e à eficiência da infraestrutura, com a consequente redução dos custos de gestão. Portanto, as palavras de ordem devem ser: visão estratégica, alavancagem das existentes ativos, centralidade da experiência do cliente e capacidade de colaborar na cadeia de valor de todo ecossistema.

*- Sobre o autor – Michele Liguoro é sales director da Engineering, companhia global de Tecnologia da Informação e consultoria especializada em Transformação Digital. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.

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