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Revisão da concessão só se for vantajosa para a Oi, diz Bayard

Em pleno processo de reestruturação e prevendo mudança de estratégias para o ano que vem, a Oi pode ter que enfrentar novos cenários regulatórios futuros. Ainda assim, os diretores da empresa dizem estar “mais do que felizes” em discutir com o governo a antecipação da revisão dos contratos de concessão de telefonia fixa e o plano Banda Larga Para Todos. O presidente da operadora, Bayard Gontijo, nesta quinta, 13, afirmou que é importante debater as concessões logo, já que a importância do serviço fixo atualmente não é a mesma de 15 anos atrás. Mas avisa que a estratégia corporativa vem em primeiro lugar: “Na Oi, só vamos fazer isso se for bom para sociedade, mas se também for bom para a companhia”.

“Primeiro, precisa ter uma agenda regulatória alinhada com condições de mercado, e não achamos que esteja, o mercado está muito mudado e a voz fixa não é tão importante quanto em 1998”, declarou ele durante teleconferência com analistas. “Estamos mais do que felizes em fazer isso com o regulador. Podemos conectar as duas coisas se for bom para a companhia”, reitera.

Gontijo voltou a afirmar que o projeto de universalização de acesso do governo teria metas irreais. “Não achamos possível entregar 25 Mbps em todo o canto do Brasil e não acreditamos que dá para entregar FTTH em um país desse tamanho”, disse ele. Vale lembrar que nesta semana, o Minicom já sinalizou que a meta de 25 Mbps seria “velocidade média” em apenas 45% dos domicílios em municípios com mais de 100 mil habitantes.

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Além da discussão sobre o plano e a revisão das concessões, a Oi manteve conversa com a Anatel sobre seu plano de reestruturação. A agência aprovou nesta semana a redução de capital, o que permitirá à operadora convocar a assembleia para o dia 1º de setembro na qual os acionistas irão aprovar o plano de reestruturação, a adoção das regras de Novo Mercado e o novo conselho da companhia. “Estamos entregando exatamente o que prometemos”, disse Gontijo. “Requer tempo para que isso se torne óbvio para o mercado, mas para nós isso já é realidade”.

Eficiência

Com essas mudanças, a previsão é de que em 2016 a estratégia seja diferente. “Não estamos preocupados com desempenho até o momento, está do jeito que acreditávamos ser. Então vai ser basicamente focado em produtividade e controle de custo. Depois vamos focar no mercado, e aí vamos capturar crescimento”, declara. A partir do ano que vem, a Oi deverá dedicar mais do caixa para publicidade, compensando isso com economias em outras áreas e eficiências.

Há tempos a operadora planeja a venda de ativos para conseguir mais capital, mas essa estratégia caminha a passos lentos. O CEO não fala em quantias, até para manter o poder de negociação, e volta a avisar que as torres, imóveis e o negócio de call center estão à disposição do mercado. Já a operação em Angola, a Africatel, é um outro problema – o ativo está à venda desde setembro do ano passado. “Não é um ativo fácil de se desfazer, só tem um comprador. Tivemos conversações nos últimos três meses, achamos que á uma boa coisa, é a primeira vez que conversamos, mas não é fácil”, reconhece, sem dizer quem seria o potencial comprador.

Mas Bayard Gontijo afirma que a empresa não tem problema de liquidez, apesar do “ambiente desafiador”. A Oi diminuiu o Capex, mas afirma que isso não vai se refletir em qualidade de rede. De fato, a empresa tem investido no novo backbone ótico de 30 mil km que ligará o Nordeste ao Sul do País, além de nova rede de roteadores IP que promete melhoria na capacidade de dados.

Espectro

Já a política de migração da base de 2G para o 3G e 4G tem um pé na obtenção de maior receita de dados e outro em uma eventual aposta para a limpeza de espectro para operação em LTE. Segundo o diretor de desenvolvimento e engenharia de rede da empresa, Pedro Falcão, a tele conta com 50 MHz de capacidade na faixa de 1,8 GHz, que deverá ser usada para competir com as demais operadoras que compraram espectro no leilão de 700 MHz. “Eles têm obrigações até o final de 2017, nenhum poderá usar até então”, lembra ele.

Outra estratégia é a de continuar com a parceria com a TIM em compartilhamento (RAN Sharing). “Acreditamos que, no momento, estamos no caminho certo para o uso correto de espectro”, declarou. Falcão explica, contudo, que houve renegociação de contratos que permitiu a diminuição do preço por megabit em 32%, incluindo redução de 45% na receita compartilhada com a TIM e 45% no custo da rede ótica. “Começamos a investir nas sinergias e acessos móveis, além de termos mais fibra para FTTH em residencial e corporativo.”

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