A Oi fechou o segundo trimestre comemorando resultados "apesar do cenário macroeconômico" no País. A fotografia positiva mostrada no balanço financeiro divulgado nesta quinta, 13, no entanto, trouxe a mensagem de que a companhia está procurando estabilidade, comprometendo-se a pagar a dívida e deixando de lado os planos iniciais de se envolver em consolidações no mercado.
O lucro líquido consolidado no segundo trimestre foi de R$ 671, revertendo o prejuízo de R$ 217 milhões no mesmo período do ano passado e mesmo o prejuízo de R$ 447 milhões nos três primeiros meses de 2015. No semestre, a companhia registrou lucro consolidado de R$ 224 milhões, contra R$ 10 milhões em 2014. Vale ressaltar, no entanto, que essa receita inclui a descontinuação das operações da PT Portugal SGPS à francesa Altice, um ajuste contábil de R$ 1,113 bilhão. Considerando-se apenas as operações continuadas, a Oi registrou prejuízo de R$ 442 milhões, 139,4% maior do que o prejuízo do 2T14.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 1,899 bilhão no trimestre, aumento de 3,6%; e de R$ 3,910 bilhões no semestre, recuo de 20,3%. O EBTIDA de rotina ficou em R$ 1,947 bilhões (aumento de 11%) e R$ 3,958 bilhões (10,5%), respectivamente. A margem EBTIDA fechou junho em 28% (2,4 pontos percentuais acima) e 28,3% (6,1 p.p. abaixo) no acumulado. "O aumento de 11% no EBTIDA (de rotina) em qualquer ambiente econômico seria impressionante, mas no nosso atual, é algo ainda mais destacável", pontuou o CEO da Oi, Bayard Gontijo, em conferência com analistas.
A receita líquida caiu 5,2% no comparativo anual, fechando o período em R$ 6,784 bilhões. O acumulado do semestre é de R$ 13,824 bilhões, recuo de 3%. A receita líquida de serviços caiu 3,3%, total de R$ 6,486 bilhões entre abril e junho; e R$ 13,125 bilhões no semestre, recuo de 2,5%. De acordo com a Oi a queda aconteceu por causa da terceirização da operação de handsets, menor uso de rede por conta do corte da VU-M em 33,3% em fevereiro, e menor receita de voz fixa.
Despesas
A companhia destacou também uma redução de Opex em 8,2%, total de R$ 4,885 bilhões, embora tenha crescido o tráfego móvel e fixo. Gontijo garante não estar sacrificando clientes e redes com essa redução nos gastos operacionais. "Apesar de economias, serviços fixos e móveis vêm aumentando, e estamos muito orgulhosos". No semestre, o Opex fechou com R$ 9,913 bilhões, aumento de 6%. O Capex foi de R$ 1,069 bilhão, queda de 25,1% no trimestre. No acumulado, foi de R$ 2,093 bilhões, recuo de 22,5%.
A dívida líquida ficou em R$ 34,644 bilhões, enquanto a dívida bruta fechou junho em R$ 51,280 bilhões, graças à reclassificação de dívida da Portugal Telecom International Finance (PTIF) de aproximadamente R$ 17 bilhões. A companhia ressalta que, imediatamente após receber o pagamento pela venda da PT Portugal, iniciou processo de liability management, efetuando o pré-pagamento de dívidas em montante de R$ 3,2 bilhões referentes a debêntures detidas pela Oi.
Bayard Gontijo destaca que houve aumento da dívida líquida, mas a relação com EBTIDA permaneceu flat no último trimestre. "Vamos continuar trabalhando o operacional e começamos a gestão de liability", declarou. "O que pode mudar dramaticamente o cenário é o framework regulatório. Se conseguirmos algumas discussões nesse ponto, a companhia será muito melhor no futuro", completou, referindo-se ao projeto de termo de ajustamento de conduta (TAC) junto à Anatel. A proposta é de trocar o valor das multas por redução de 20% da assinatura básica pelo período de dez anos. A operadora sustenta que a redução por tempo limitado seria mal vista pelos consumidores, ao passo que até o fim da concessão, prevista para 2025, seria mais palatável.