A consultoria Spectrum, contratada pela Anatel para elaborar um diagnóstico do mercado de satélites no Brasil e no mundo, causou apreensão junto a empresários do setor que participaram nesta quarta, 13, do seminário ?Soluções em telecomunicações: as aplicações via satélite?, realizado pela Converge Eventos e pelas revistas TELETIME, PAY-TV e Tela Viva em São Paulo. A apresentação de Paulo Ricardo Balduino, diretor da consultoria, abordou apenas as conclusões que não estão sob cláusulas de confidencialidade e que tiveram sua divulgação autorizada pela Anatel. São conclusões, entretanto, sombrias.
Segundo a Spectrum, mais da metade do potencial do segmento de satélite está ligado ao mercado de DTH, que enfrenta, pelo menos no Brasil, as conseqüências da crise do setor de TV paga. Ele ressalta que os segmentos que hoje são as principais apostas das empresas de satélite (banda larga e aluguel de capacidade para transmissão de dados) são extremamente competitivos, o que tem forçado as empresas a adotarem margens de lucro muito baixas.
Para as aplicações que envolvem satélites não-geoestacionários (como comunicação móvel global), a tendência é que apenas um operador permaneça no mercado, e mesmo assim graças aos interesses dos governos, que consideram a tecnologia estrategicamente importante.
A apresentação de Balduino foi contestada por empresas do setor, que consideram que o crescimento sobretudo do mercado de banda larga via satélite tem espaço para crescer e impulsionar a tecnologia.
Para a Spectrum, os principais mercados emergentes para a tecnologia satelital são, hoje, Índia, China, Rússia e África do Sul. As soluções para a reversão deste cenário negativo traçado pela Spectrum passam pela consolidação vertical dos provedores e redução dos custos de seguro (o que depende do aumento dos índices de confiabilidade).
