A reunião ordinária do grupo de acompanhamento da limpeza da faixa de 3,5 GHz (Gaispi) nesta quarta-feira, 13, não contou com nenhuma autorização para o lançamento do 5G nas próximas capitais depois de Brasília. Aliás as informações repassadas pela Entidade Administradora da Faixa (EAF) ao grupo foram justamente de que todas as cidades ainda estão em estado inicial dos trabalhos.
Porém, o presidente do Gaispi e conselheiro da Anatel, Moisés Moreira contou ao TELETIME que isso não significa que o mês de julho está descartado para as demais cidades. "Vamos supor que a [EAF] me traga na próxima semana um avanço em duas ou três capitais, aí posso iniciar um teste e marcar reunião extraordinária no grupo", declarou.
A questão é que Moreira reiterou que esta é uma visão "bem pé no chão", até para não criar expectativas irrealistas sobre o lançamento do 5G. "A EAF está trabalhando", afirmou.
Até porque a primeira implantação na capital federal é um teste em larga escala, e que já trouxe aprendizados. "Brasília foi um piloto e, por conta de alguns probleminhas [identificados], estamos pedindo estudo mais aprofundados, que traga mais informações. Mas nada relevante", disse o conselheiro da Anatel a este noticiário.
Na noite da terça-feira, 12, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, declarou ao programa A Voz do Brasil que espera o lançamento do 5G nas próximas capitais – Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo – em agosto. E que as demais capitais seguiriam o compromisso do edital (com os 60 dias adicionais concedidos pelo Gaispi) até setembro.
Limpeza
Enquanto isso, os trabalhos nas capitais continuam em andamento, tanto na parte da mitigação da banda C estendida (3.625 a 3.700 MHz), com a instalação de filtros nas estações satelitais fixas (FSS); quanto na migração das TVs parabólicas para a banda Ku. Na visão de Moisés Moreira, não há muita diferença no avanço em cada cidade, mas ele mencionou que São Paulo tem maior demanda na mitigação, o que é natural dada as dimensões da maior capital do País. Ainda assim, não seria muito significativo no andamento da limpeza da faixa.
Aliás, esta é a questão principal para liberar o lançamento da tecnologia: a limpeza da faixa com a instalação dos filtros nas estações profissionais. A distribuição de kits para a TVRO é importante, mas não é determinante para a liberação do espectro. Ou seja, essa etapa deve ter sido iniciada, mas não precisa estar concluída para que o 5G seja lançado.