Mais de três quartos (77%) das operadoras pretendem incluir serviços de segurança cibernética em suas ofertas de redes privativas, apontou pesquisa global realizada pela GSMA Intelligence e a Trend Micro.
O levantamento ouviu 100 tomadores de decisão em operadoras de telecom. Entre elas, 81% já oferecem serviços 5G e 68%, redes privativas, com o restante planejando tal passo até 2025. Em paralelo, 88% têm serviços de segurança no portfólio ou pretendem adotá-los dentro de dois anos; na edição de 2020 da pesquisa, 85% das teles atuavam na área.
"[Já] 77% das operadoras estão planejando oferecer segurança como parte de sua solução de rede privada. Eles olham para a área como uma grande oportunidade para geração de receita, prevendo que 20% da receita 5G venha da segurança", apontou o braço de pesquisas da GSMA.
O relatório, contudo, coloca em xeque a capacidade do setor de lidar com demandas mais complexas de clientes corporativos. Em 48% das operadoras ouvidas, a falta de conhecimento e ferramentas em segurança surgiu como principal desafio na oferta de serviços 5G.
Em seguida aparecem obstáculos como riscos à privacidade (47%), vulnerabilidades na virtualização de redes (41%), uma gama limitada de profissionais qualificados (39%), maior superfície de ataques (32%) e roaming (29%).
Parcerias
Neste sentido, o relatório aponta que parcerias serão necessárias na construção de ofertas completas para redes privativas. "Como a rota de M&A está disponível apenas para algumas operadoras que têm a musculatura financeira, entrar em acordos de colaboração e revenda é uma alternativa".
Provedores de TI e nuvem estariam saindo na frente nesta corrida, sendo lembrados como parceiro preferencial por 51% das teles. Já firmas especializadas em segurança foram citadas por apenas 22%.
"Empresas tendem a trabalhar com quem já conhecem e estão familiarizadas com ambientes como AWS e Azure. Apesar de terem fortes credenciais e serem concorrentes menos diretos, os fornecedores de segurança não estão na mente das operadoras
para fornecer segurança às redes privadas", pontuou a pesquisa.
Existiriam, contudo, oportunidades. Entre elas, a oferta de serviços para infraestrutura de edge computing e endpoints. Segundo o relatório da GSMA e da Trend Micro, hoje apenas 18% das operadoras contam com soluções de segurança para essas verticais.