Bemobi aposta em provedores regionais para avançar em telecom

Lucas Zardo, CEO da Bemobi for ISPs - Foto: Divulgação

A Bemobi, empresa de soluções digitais para pagamentos recorrentes, aposta nos provedores regionais de internet (ISPs) como uma das principais avenidas de crescimento no setor de telecom

Listada na B3, essa estratégia começou a ser desenhada há cerca de um ano, quando a empresa adquiriu 51% da 7AZ, startup catarinense que atua no gerenciamento de pagamentos para provedores regionais, por R$ 5 milhões. 

Agora, já integrada à operação, a 7AZ passou a ser a unidade de negócios da Bemobi exclusiva para ISPs, e conta hoje com 200 clientes espalhados pelo país. Em entrevista exclusiva ao TELETIME durante o Encontro Nacional da Abrint, Lucas Zardo, CEO da Bemobi for ISPs, afirma que a meta para 2024 é crescer 50%, chegando a 300 provedores em carteira até dezembro.

Notícias relacionadas

De acordo com o executivo, a gestão e o engajamento dos usuários na ponta são aspectos estruturais no atual cenário, marcado pela competição acirrada. 

"Um mercado muito mais competitivo exige que os ISPs tenham controles rigorosos sobre a inadimplência, churn e uma resiliência de caixa muito boa", avalia Zardo. "Com a especialização na indústria, acaba que é natural para a gente construir ferramentas, funcionalidades, produtos e subprodutos que fazem sentido para essa jornada."

Ao mirar nos provedores regionais, a empresa disputa uma fatia em segmento com pelo menos 11.630 players, segundo dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CIG.br). É bom lembrar que a companhia já atende grandes operadoras como TIM, Vivo e Claro há alguns anos. 

Estratégia

Para os ISPs, a Bemobi tem duas apostas. Uma delas é a Omni Engage, plataforma que visa incentivar o engajamento dos assinantes, oriunda do M&A com a 7AZ. Ela faz o disparo da fatura ou a entrega dos canais de uma segunda via, como no email e site, com as opções de pagamento. 

Além do mais, é responsável por colher as assinaturas do contrato durante a chegada do cliente e realiza a cobrança no momento em que a conta deixar de ser paga, por exemplo. Como é white label, a plataforma desponta com a marca do cliente para o usuário.

Por outro lado, a Omni Pay surge como a subaquirente responsável por processar todos os pagamentos via cartão de crédito e Pix. Com a ferramenta, é possível pagar à vista com desconto ou fazer o parcelamento da fatura – a segunda opção é vista como o principal diferencial, tanto para auxiliar os usuários em um período de dificuldade financeira como para manter controlada a inadimplência nas empresas.

"A gente entende que essa associação entre softwares de engajamento com serviços essenciais de pagamentos pode trazer resultado para as empresas a longo prazo. Por isso, na nossa tese, as duas coisas andam juntas", afirma Zardo.

Entre as novas soluções que estão chegando ao mercado, a Bemobi deve implementar um portal de negociação de pendências em aberto. De forma simples, a ideia é que o cliente final possa solucionar eventuais débitos para voltar a utilizar os serviços. No parcelamento, o cliente paga uma taxa de conveniência, que visa não onerar financeiramente ou afetar o fluxo de caixa do provedor.

"No mercado brasileiro, a gente está falando de uma economia com muita informalidade, você tem muitas vezes o cidadão com uma dificuldade de caixa naquele mês, mas ele pode voltar a honrar o compromisso nos meses seguintes. Então, o parcelamento faz esse cliente voltar a estar adimplente", conclui o executivo.

No primeiro trimestre, a Bemobi teve uma receita líquida de R$ 141,7 milhões (+3,4% na comparação com igual período do ano anterior) e um volume financeiro de pagamentos (TPV) de R$ 1,9 bilhão (+38%). Às 16h05, as ações estavam precificadas a R$ 13 (-0,5%). A empresa está avaliada em R$ 1,1 bilhão na B3.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!