Ericsson aposta em parceria de P&D com UFC para tecnologias do 5G

No último dia 3 de junho, durante o congresso Broadband Forum em São Paulo, discutia-se a banda larga móvel e os desafios que operadoras e fornecedores enfrentam para atender à demanda. Quando perguntados por este noticiário sobre o próximo passo – a tecnologia 5G –, a opinião dos participantes no debate foi unânime: "o 3G ainda é deficiente no País, como querer falar em 5G?", disseram. A Ericsson discorda dessa posição, até por ser uma das empresas que se empenha nas pesquisas para a nova geração de redes móveis, inclusive no Brasil. A empresa estabeleceu uma parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) para desenvolver pesquisa, patentes e padronização da quinta geração.

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Também por uma questão de conceito: não se trata apenas de uma nova tecnologia como foram o 2G, 3G e o 4G, mas um amálgama de todas elas com novas faixas agregadas para altas densidades e conexão ubíqua (presente em todos os lugares). A diferença é que essas novas faixas serão de altíssimas frequências, de 10 GHz até 60 GHz, área na qual a UFC se aplica. Segundo explica o diretor de inovação da Ericsson Brasil, Edvaldo Santos, "o 5G é como um condomínio de tecnologias, não é apenas uma, mas todas que são usadas de forma transparente para o usuário".

A parceria entre Ericsson e UFC começou em 2000 com pesquisas de tecnologias de rádio de múltiplos input e output (MIMO), e agora se dedica à quinta geração, em especial às faixas altas com uso de ondas milimétricas. De acordo com o executivo, a ideia é que a transmissão use blocos maiores de espectro, permitindo uma conexão de maior qualidade.

Nova topologia

O problema é que, quanto maior a frequência, menor o alcance de cobertura. Por isso, a rede será heterogênea por natureza, necessitando de antenas em curtos espaços de distância, como postes de iluminação em uma rua. Para tanto, será preciso também o forte uso de small cells – a Ericsson já espera que sua nova solução Radio Dot System seja utilizada para essa demanda, já que ela deve entrar em comercialização ainda este ano. "Ela vai ser uma excelente base para o 5G", diz o diretor de inovação, citando a possibilidade de gerenciamento inteligente da rede e uso de conexão Ethernet para alimentá-la. "O Dot é muito mais viável que a femtocell, ela é uma extensão da radiobase oferecendo cobertura de celular", compara. O equipamento ainda não está homologado pela Anatel.

Santos diz que a topologia da rede será "completamente diferente" por conta da necessidade de oferecer não apenas alta capacidade com velocidade, mas também baixa latência para algumas aplicações. "Serão requisitos diferentes para serviços diferentes. Bombeiros e paramédicos precisarão de confiabilidade e robustez, vídeos terão altos volumes de dados, rastreamento de carros e cargas precisará de pouca banda, mas para semáforos será necessária baixa latência", prevê.

Os desafios serão grandes. O executivo da Ericsson lembra que será preciso estudos para impedir interferências e pensar na sustentabilidade. "As redes ultradensas, ainda que com baixo sinal, têm que ser inteligentes", diz, referindo-se às redes auto-organizáveis (SON). Além disso, os equipamentos deverão usar o mínimo de energia possível, já que serão ultradensas. Até 2020, quando a Ericsson espera que as primeiras redes 5G sejam implantadas, será necessário definir padrões com o 3GPP. As frequências altas precisarão de novas licitações, mas Edvaldo Santos garante que "a maioria está livre, com espaços não regulados", mas o problema com o grupo será "o projeto de redesenho do espectro".

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