Prysmian investe R$ 27 milhões para aumentar capacidade ótica no Brasil

Confiando em uma grande demanda para um futuro próximo, o Grupo Prysmian, especializado na produção de cabos e fibras óticas, anunciou nesta quinta-feira, 13, investimentos de R$ 27 milhões para o segmento de fibras para os próximos três anos no Brasil. Esse valor é destinado ao aumento da linha de produção desses equipamentos nas fábricas em Sorocaba, sendo R$ 10 milhões para a área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa, que conta com Processo Produtivo Básico (PPB).

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A companhia teve faturamento no Brasil de cerca de R$ 1,7 bilhão em 2012, sendo que o setor de telecomunicações representa 34% disso. De acordo com o diretor de planta do setor de telecom e fibra ótica, Reinaldo Jeronymo, nos próximos três ou quatro anos esse percentual subirá para 37% ou 38%. "Depois da Copa do Mundo e das Olimpíadas, não terá um crescimento tão grande, mas sempre (o aumento) se estabiliza, porque, quanto mais entrega, mais tem demanda", acredita. Ele cita como exemplo o que aconteceu com a norte-americana Verizon, que começou as operações com uma rede de fibra para não precisar compartilhar (unbundling), mas viu a demanda por conexões fixas cada vez mais rápidas com o serviço FiOS dando retorno maior do que o esperado.

Jeronymo assegura que a produção de equipamento ótico está 100% em conformidade com o PPB, produzindo tudo no Brasil. "A tecnologia que temos hoje no Brasil é a mesma de fora do País, são as mesmas máquinas na França, Holanda e em Milão (onde fica a sede e o IPO da empresa)", afirma. Apesar de 95% da matéria prima ser importada, a fabricação dos cabos óticos é feita nacionalmente, não se tratando apenas de montagem. "A operadora compra cabo ótico, e ele só é considerado produto nacional se a fibra for produto nacional. Hoje a quantidade de cabo e fibra é suficiente (para atender a demanda atual); por isso estamos investindo para produzir mais", afirma.

O que é tecnologia nacional, seguindo a portaria 224/2012 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; são produtos para redes de transportes, como cabos DD e cabos aéreos. "Outros tipos de cabos, com outro tipo de tecnologia que vão substituir esses, já estão em processo de avaliação para a portaria", afirma o executivo da Prysmian. Apesar de ser um processo que demora de 90 a 180 dias ainda, ele garante que o cenário atual é bom. "Hoje está mais fácil do que quando foi a primeira portaria 224, pois mudou a definição do que pode desenvolver no País. Hoje não está tão complicado", diz. "Não é simples. Não estou reclamando, mas tem de passar por uma série de critérios."

De qualquer forma, Jeronymo elogia o cenário atual das regulamentações brasileiras. "As normas no Brasil são muito mais rígidas do que em outros países. A Anatel é muito forte, se não tiver o cabo, não pode vender", explica.

Cabos multimodo OM4, de alta taxa de transferência, ainda não são produzidos. Fibras ocas e multicore, novas tecnologias para aumentar a capacidade do equipamento, por sua vez, ainda estão apenas nos laboratórios de pesquisas na Europa, segundo ele. Por outro lado, cabos OPGW para utilities são uma importante área para a empresa. "Para nós, as smartgrids são uma maravilha", diz. A Prysmian ainda fornece cabos para rodovias, ferrovias e data centers.

Desempenho

O mercado brasileiro de cabos óticos, segundo a empresa, fechou o ano passado em 4,342 milhões kmf, com estimativa de 4,8 milhões de quilômetros de fibras (kmf) em 2013 e, no ano seguinte, 5,8 milhões de kmf. "Com o atraso das operadoras em entrarem com aprovação de projetos para o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), em 2013 provavelmente será um pouco menor. Posso afirmar isso porque nós já estamos sofrendo; os fabricantes de cabo, em geral, estão sofrendo", afirma o executivo. Mas, segundo Reinaldo Jeronymo, o benefício do PNBL para investimentos é claro, porque cabos e fibras óticas são considerados bens de informática. "A ideia do governo é essa: investir em fibra mesmo", explica. "Nós, como grupo, já sabíamos que o negócio de fibra iria prosperar, então já nos preparamos para isso e vamos continuar investindo. Sabemos que o governo está focado nessa área", declara. Ele justifica também que, apesar de a fibra ser mais cara do que redes metálicas, o Opex que se gasta com manutenção e operação é menor, trazendo um payback maior no investimento.

Somente na área de fibra, a empresa espera aumentar a capacidade anual de 3,4 milhões de kmf, na soma da planta SPF (joint-venture com a Furukawa) com capacidade de 1 milhão de kmf, e a da Prysman Optical (da aquisição da Draktel no ano passado) com capacidade de 2,5 milhões de kmf. A previsão para 2014 é que a capacidade da Optical aumente para 3,2 milhões de kmf, totalizando então mais de 4,2 milhões de kmf, embora Jeronymo garanta que ainda haverá investimentos na SPF, que deverá aumentar também a capacidade dessa planta.

Com isso, a área de fibra poderá registrar um faturamento de R$ 90 milhões neste ano no Brasil, chegando a R$ 100 milhões em 2014. Isso acaba se convertendo em investimento em ativos e, até pelas obrigações do PPB, em P&D. Em 2012, a área de fibra contou com Capex de R$ 3,5 milhões e aportes de R$ 1,053 milhão. O orçamento aprovado da Prysmian para 2013 é de R$ 4,9 milhões e R$ 3,4 milhões respectivamente; crescendo no ano seguinte para R$ 5 milhões e R$ 4,350 milhões. Em 2015, a previsão é de que seja de R$ 5 milhões e R$ 4,4 milhões.

Apesar da joint-venture na fábrica de Sorocaba, a Furukawa é uma de suas principais concorrentes do Prysmian Group, junto com a Brascopper, Cablena (do grupo mexicano Condumex) e Metrocable.

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