As garantias elevadas exigidas pela Anatel foram o ponto fraco do leilão de 2,5 GHz para redes de quarta geração (4G), na opinião do diretor de relações governamentais e indústrias da Ericsson no Brasil, Ricardo Tavares. "O governo se superprotegeu com garantias pesadas, o que provocou a exclusão de empresas menores do leilão, como Algar e Sercomtel, assim como de uma empresa sueca que estava interessada na faixa de 450 MHz", disse o executivo. Tavares sugere que o governo seja mais flexível nesse ponto em leilões futuros, para não prejudicar a competição no mercado brasileiro de mobilidade.
Por outro lado, o diretor da Ericsson elogiou o fato de o Brasil ter realizado o leilão antes do que muitos países desenvolvidos. "O leilão reduziu a distância tecnológica do Brasil em relação ao mundo. No 3G, levamos seis anos para adotar a tecnologia depois de sua chegada no exterior. No 4G, foram apenas dois anos de diferença", comparou.
Produção local
A Ericsson já produz estações radiobase (ERBs) de quarta geração em sua unidade fabril em São José dos Campos/SP. Das 40 mil ERBs produzidas pela empresa no ano passado, cerca de 10% eram LTE, todas para exportação para América Latina. "Agora vamos ampliar a produção e vender também para o Brasil", disse Tavares.
O executivo evitou dar uma projeção de quantas ERBs serão necessárias para as operadoras cumprirem as metas de cobertura da Anatel em abril de 2013 nas cidades-sede da Copa das Confederações. Mas disse acreditar que será preciso contratar mais sites, pois a frequência usada no 4G é mais alta que aquela do 3G e, portanto, tem um alcance menor.