O trabalho do GAPE (Grupo de Acompanhamento dos Projetos de Educação), que vai coordenar a aplicação de mais de R$ 3,1 bilhões previstos para projetos de educação conectada previstos como parte do edital de 5G, está apenas começando e sequer existe ainda uma estrutura operacional funcional. Mas segundo participantes do grupo que participaram nesta terça, 12, do Seminário Educação Conectada, organizado pela TELETIME, já existe pelo menos um projeto que pode ser inspirador para as políticas que serão fomentadas com os recursos do 5G.
Segundo Ana Caroline Vilasboas, diretora de articulação e apoio às redes de educação básica do Ministério da Educação; e Pedro Lucas Araújo, diretor de investimentos e inovação do Ministério das Comunicações (ambos participam do GAPE), o modelo do projeto piloto desenvolvido pela RNP no Programa Nordeste Conectado é um modelo a ser observado e deve ser um exemplo para as políticas a serem direcionadas pelo GAPE.
O projeto piloto da RNP no Nordeste Conectado compreende não apenas o esforço de conectar escolas em parceria com provedores locais, como envolve ainda um esforço de simplificação tecnológica, contratos de longo prazo para manutenção e suporte aos serviços e a previsão de que ampliação da capacidade para futuros usos. Hoje o projeto piloto da RNP chega a 473 escolas, impactando 260 mil alunos e 7500 educadores, segundo Nelson Simões, diretor geral da RNP.
Papel da RNP
Hoje a RNP tem sido o braço de execução de vários projetos do Ministério das Comunicações. Apesar de a sigla significar Rede Nacional de Pesquisa, explica Nelson Simões, e esse ser o objetivo primordial da entidade, a RNP é também tem como propósito buscar modelos inovadores de conectividade. "Nada impede que a gente pense cada escola como um Campus Universitário", disse ele, e uma das preocupações da RNP é desenvolver esses modelos de conectividade que funcionem para escolas.
"Mas a gente não tem a pretensão de operar nem de sermos gestores dessa rede de conectividade em escolas. A RNP está implementando esses projetos porque é algo que precisa ser feito para o governo, mas não vamos nos tornar uma estatal de operação", disse ele, lembrando que em todos os programas em que a RNP está envolvida a previsão é de entregar as redes implantadas para o governo decidir como vai operar, se com parcerias privadas ou por conta própria.
Hoje a RNP está envolvida nos programas Norte e Nordeste Conectado, no Programa Amazônia Integrada e Sustentável, na licitação do chip neutro entre outros projetos de conectividade.