NEC transfere sede regional para o Brasil e quer dobrar faturamento na região em dois anos

A japonesa NEC, fornecedora de soluções de redes de comunicação e TI, anunciou nesta quarta-feira, 13, a expansão de suas operações brasileiras para transformar o país em sua base na América Latina, posto antes ocupado pela Argentina. No ano passado, a região registrou faturamento de US$ 500 milhões (metade disso no Brasil), e a meta é dobrar este valor em dois anos. A nova sede será no mesmo prédio em que a companhia hoje já tem um escritório local, na Avenida Paulista, em São Paulo.
O objetivo da transferência da sede latino-americana para o Brasil é se aproveitar do potencial econômico do país, que cada vez mais se configura como o maior mercado de TI e telecomunicações da região. Segundo estimativa calculada pela própria NEC, o mercado latino de tecnologia da informação e comunicações (TIC) vai faturar US$ 90,5 bilhões neste ano, frente aos US$ 84,2 bilhões apurados no ano passado. Para o ano que vem, a expectativa é que o mercado alcance faturamento de US$ 99 bilhões, num crescimento anual de 6% por dois anos.
Apenas o segmento de TI, que engloba software, hardware e serviços, deve faturar US$ 62,7 bilhões este ano. O Brasil, segundo o diretor geral da empresa no país, "é sempre metade da América Latina".

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Por conta disso, de acordo com o executivo-chefe (CEO) da NEC América Latina, Tadashi Ugajin, houve pressão por parte dos clientes de que as decisões de negócios referentes à região fossem tomadas de forma mais rápida. Como exemplo dessa "exigência", ele cita o caso das empresas do mexicano Carlos Slim, dono da operadora mexicana de telecomunicações Telmex e, no Brasil, das operadoras Embratel e Claro. Ugajin aponta que as empresas de Slim precisavam de um fornecedor de equipamentos, infraestrutura e serviços de TI que pudesse atender às suas necessidades internacionais, principalmente de expansão do mercado.
Além do setor de telecomunicações, a NEC também pretende ser a principal fornecedora de TI dos setores de educação, saúde, meio-ambiente e segurança pública. Essas áreas, de acordo com Tadashi Ugajin, serão as principais fontes de crescimento financeiro e tecnológico da empresa, que visa expandir também sua oferta de soluções e serviços em cloud computing na América Latina.
Segundo o diretor geral da NEC no Brasil, Herberto Yamamuro, a ideia inicial da empresa é usar os negócios fornecidos pela nuvem para impulsionar a receita de serviços da companhia na região. Especificamente no Brasil, continua, o potencial para fazer crescer a venda de serviços é grande. "O objetivo é fazer com que a receita de serviços seja cada vez maior no Brasil", resume. A companhia é a fornecedora da plataforma de cloud computing usada pela Telefónica.
Longo prazo
O investimento no aumento da operação latina, e consequentemente a brasileira, vem de um plano elaborado em 2007 para dali dez anos. De acordo com essas projeções, em 2012 a NEC terá lucro líquido de 100 bilhões de ienes, ou US$ 1,19 bilhão, dos quais 25% virão das operações estrangeiras.
Até 2017, a empresa espera dobrar de tamanho, com lucro líquido de 200 bilhões (US$ 2,36 bilhões). As operações de fora do Japão devem crescer ainda mais e passar a representar 50% do lucro total da companhia.

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