A transmissão para dispositivos móveis e portáteis, possibilidade incluída no padrão de TV digital americano, o ATSC, em 2009, deve se tornar realidade em breve. O início dos estudos para incluir a mobilidade no padrão se deu por conta das demandas da radiodifusão brasileira, quando o extinto órgão de lobby para levar o ATSC a outros territórios, o ATSC Forum, ainda mantinha esperança de vender o padrão no Brasil. Embora a tecnologia tenha demorado muito para ficar pronta, os estudos não foram em vão, já que a radiodifusão americana resolveu investir na mobilidade.
Um painel que aconteceu nesta segunda, 12, no NABshow, em Las Vegas, mostrou como anda a implementação das transmissões móveis. Ainda como teste, 45 emissoras de todo o país transmitem conteúdo para dispositivos móveis dentro de suas frequências principais, como acontece nas transmissões digitais brasileiras. A diferença é que a banda dedicada ao conteúdo móvel é significativamente menor, proporcionando um vídeo de pior qualidade.
Segundo o vice-presidente da Dell, John Thode, a distribuição comercial de equipamentos receptores começa ainda este ano, sendo que a fabricante de computadores deve lançar nos próximos meses um netbook com recepção de TV embutida.
Modelo diferenciado
A Harris anunciou esta semana uma solução que ajudará os radiodifusores a transmitir multiprogramação móvel. Trata-se de um equipamento que permite enviar ao transmissor mais de vinte conteúdos destinado aos dispositivos móveis.
O modelo de multiprogramação para dispositivos móveis vem sendo usado como argumento pela NAB, a associação dos radiodifusores, para que não sejam retiradas frequências hoje destinadas à radiodifusão para o Plano Nacional de Banda Larga. O presidente da associação, em seu discurso de abertura, chegou a apelar à segurança nacional. Para ele, a TV móvel é uma ferramenta fundamental em casos emergencias. "Imaginem se a população pudesse ser informada pela televisão em seus celulares", disse.