A Telefónica confirmou a venda de 67,5% do capital da Coltel, sua subsidiária na Colômbia, por US$ 400 milhões à Millicom, grupo de telecom que opera na América Latina e na África. O negócio ainda depende de aprovações das autoridades regulatórias locais para ser concretizado.
Considerando os ajustes habituais relacionados à evolução da dívida líquida, capital de giro e variações na taxa de câmbio, o valor do negócio entre a Telefónica e a Millicom seria de US$ 362 milhões. A Millicom também relata que concordou em fazer uma oferta pelos 32,5% restantes da Coltel, detidos pelo jornal La Nacíon e outros investidores, pelo mesmo preço pago por ação à tele espanhola.
Para a multinacional, a entidade combinada proposta fortaleceria o setor de telecomunicações da Colômbia, formando uma empresa "robusta" com a escala e a capacidade financeira necessárias para apoiar investimentos "significativos" em rede e espectro, "essenciais para alcançar os ambiciosos objetivos de inclusão digital do país colombiano".
"Essa transação fortalece nossa presença na Colômbia e, com esse movimento estratégico, a Millicom reafirma seu compromisso contínuo com a expansão da conectividade e cobertura, acelerando a transformação digital e contribuindo ativamente para o crescimento e a competitividade da Colômbia", afirma o CEO da Millicom, Marcelo Benitez.
Além disso, a companhia comandada por Benitez reiterou sua oferta para adquirir a participação de 50% de seu parceiro na UNE, operadora de telecom colombiana que faz parte do Grupo EPM (Empresas Públicas de Medellín). A oferta seria em dinheiro, a um preço por ação calculado com base em um múltiplo de avaliação comparável ao aplicado na aquisição da Coltel.
Mudanças na estratégia
A venda da Coltel não se trata de um movimento pontual do grupo espanhol, mas de um processo de desinvestimentos em países onde as margens são consideradas baixas, e que vem ganhando ainda mais força desde a chegada de Marc Murtra, em janeiro, ao comando global da companhia.
Em fevereiro, a Telefónica comunicou ao mercado a venda da sua filial na Argentina para a Telecom Argentina, em um negócio que reforçou o caixa em US$ 1,24 bilhões, por exemplo.
De acordo com informações do periódico El Confidencial reportadas pela Reuters, a Telefónica teria ainda teria contratado a firma de investimentos Rothschild para procurar interessados na sua filial do Peru. A unidade peruana entrou com um pedido de proteção contra falência em fevereiro.