O resultado operacional negativo de R$ 530 milhões registrado pela controladora do Grupo Globo não se deve ao desempenho negativo da TV, mas sim aos investimentos que estão sendo feitos pelo grupo em plataformas e conteúdos de Internet, sobretudo por conta do lançamento do Globoplay. Quem faz o alerta é a própria Globo, depois que este noticiário publicou os dados do balanço financeiro de 2018. Segundo informações do Grupo Globo, é preciso lembrar que dentro do resultado da controladora há, além dos números da TV Globo, outras unidades de negócio, como a Som Livre (gravadora), DGCorp (diretoria corporativa) e Globoplay. "Neste último caso, temos grandes investimentos (capex + despesas) em conteúdo e plataforma, para receitas que só virão posteriormente. Assim, é errado concluir que a Unidade de Negócio TV Globo tem prejuízo operacional", informou a empresa. Segundo apurou este noticiário, o produto Globoplay, com sua nova plataforma de vídeo e de CRM/billing, além dos conteúdos exclusivos, só foi efetivamente lançado no segundo semestre de 2018, por isso ainda tem uma receita pouco expressiva no resultado final. Ainda está em fase de investimento e com EBITDA negativo, mas dentro do business plan previsto, segundo apurado dentro da Globo.
O grupo também faz uma ressalva em relação aos resultados consolidados do grupo de 2017 para 2018, pois alguns negócios, como ZAP e Editora Globo, deixaram de ser consolidados em 2018 devido à alterações societárias. A maior parte do resultado consolidado, adicional ao da controladora vem, portanto, da TV por assinatura (Globosat).
Inflação
Outras fontes chamam ainda a atenção para o fato de que existe ainda um fator que precisa ser considerado na leitura dos resultados do Grupo Globo. Apesar de ter havido um crescimento de receitas na controladora de R$ 9,8 bilhões em 2017 para R$ 10 bilhões em 2018, é preciso considerar a inflação no período (3,7% no IPCA).
Olhando-se o consolidado do grupo Globo como um todo, como mostra o balanço, houve uma queda de R$ 14,8 bilhões para R$ 14,7 bilhões. Considerando a série histórica de resultados do grupo desde 2005 (tabela abaixo), ponderando-se a inflação, percebe-se que desde 2014 a receita operacional líquida anual vem em queda, mas tem havido uma desaceleração nesse movimento nos últimos dois anos.