A ex-presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, está processando a empresa e seus atuais diretores (nominalmente, o presidente Ricardo Knoepfelmacher e o diretor financeiro Charles Putz) por danos morais (cujo valor ainda deve ser arbitrado) e faz pedido de indenização trabalhista no valor total de R$ 5,2 milhões. É o que mostra a cópia da ação que corre na Vara do Trabalho de Brasília que foi anexada pelo Citibank ao processo que o banco norte-americano move contra a ex-executiva em Nova York. A inicial da ação de Cico contra a BrT, obtida por este noticiário junto aos autos da ação do Citi em NY, tem como argumento básicos o fato de que ela foi demitida sem o pagamento devido de uma série de pontos de seu contrato e de que ela foi exposta indevidamente quando a empresa tornou públicas as apurações sobre possíveis irregularidades na gestão Opportunity (que tinha Carla Cico como principal executora). Carla Cico declara que em quatro anos e meio de trabalho recebeu US$ 11,25 milhões (R$ 25,8 milhões) incluindo salários, benefícios e prêmios e que ainda teria a receber, quando foi demitida, mais US$ 2,27 milhões (R$ 5,22 milhões).
Carla Cico afirma na ação contra a BrT que tem residência na cidade do Rio de Janeiro mas que atualmente está domiciliada na cidade de Verona, na Itália. Carla Cico é indiciada, ao lado de Daniel Dantas, em processo aberto em decorrência de investigação feita pela Polícia Federal no caso Kroll, empresa de espionagem contratada pela Brasil Telecom e que investigou desafetos do grupo Opportunity. Estando fora do Brasil, Carla Cico dificilmante será presa se a Justiça brasileira assim determinar.
Má fé
Em outra ação que corre em Nova York, esta entre o Citibank e o Opportunity, o juiz Lewis Kaplan, que em várias ocasiões já mostrou impaciência contra o grupo de Daniel Dantas, soltou nova decisão, com mais um petardo contra o Opportunity. Em uma moção feita pelo grupo de Dantas acerca de um aspecto específico da ação (uma tecnicalidade, em que o Opportunity queria se colocar também como cotista do fundo CVC Internacional), o juiz negou a moção e acusou o grupo de ter agido como "jogador de má-fé". O processo ainda está na fase de levantamento de evidências.