Alta do dólar preocupa o setor, diz Vivo

O presidente da Vivo, Roberto Lima, afirmou nesta sexta-feira, 13, que as aquisições de aparelhos feitas pela Vivo no último trimestre do ano passado já tiveram um reflexo da alta do dólar. "Fomos obrigados a aceitar algum aumento de preço no quarto trimestre", disse ele.
O presidente da Vivo reconhece que os preços mais altos podem significar maior subsídio por parte das operadoras ou uma diminuição do volume de vendas. A expectativa de Roberto Lima para o ano de 2009 é que a venda isolada de chips e o uso mais prolongado de aparelhos antigos sejam estimulados pelo preço mais alto dos aparelhos. "As pessoas vão guardar por um pouco mais de tempo seus aparelhos. Mas isso preocupa mais a indústria do que as operadoras", disse ele.
Outra conseqüência da alta do dólar prevista por Lima é um possível impacto – que na verdade já está acontecendo – na capacidade de inovação tecnológica dos fabricantes e na competitividade externa dos produtos produzidos no Brasil. "Na medida em que o dólar é um inibidor do consumo local a escala pode ser perdida o que pode afetar as exportações e uma queda na evolução tecnológica dos produtos".

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Investimentos
A crise ainda não afetou os planos de investimento da Vivo. A companhia vai investir basicamente o mesmo volume de recursos que fez em 2008, sem considerar despesas extras como a compra da Telemig Celular, a montagem de uma nova rede no Nordeste e a aquisição das licenças de terceira geração. O investimento total do ano passado foi de R$ 6 bilhões, tirando essas despesas "extras" teria sido de R$ 2,6 bilhões, mesmo volume de recursos previsto para esse ano. Segundo Lima, o volume de novas habilitações de janeiro desse ano foi maior do que em janeiro do ano passado, o que comprova que a crise ainda não bateu à porta das operadoras. Na semana passada, o presidente da Claro, João Cox, revelou que também em sua operadora o mês de janeiro desse ano foi melhor que do ano passado.
Portabilidade
Roberto Lima fez uma revelação importante sobre a portabilidade. Segundo ele, a expectativa da ABR Telecom – o que a entidade nunca disse publicamente – era que a portabilidade gerasse de 200 mil a 300 mil números portados por mês. No entanto, houve pouco mais de 300 mil números portados desde que a portabilidade entrou em vigor, há cinco meses. "Com a entrada de São Paulo e Rio deve crescer mais, mas mesmo assim os números vão ficar bem aquém (das expectativas)", disse ele. O executivo disse que a Vivo está se saindo "muito bem" com a portabilidade, sendo que, além disso, está ganhando muito mais clientes pós-pagos, que são aqueles mais rentáveis.
Balanço
A Vivo registrou um lucro líquido de R$ 215,5 milhões, 60,9% superior ao valor apurado no trimestre anterior. A receita líquida atingiu R$ 4,26 bilhões, o que foi 4,7% maior que no terceiro trimestre do ano passado e 14% que o quarto trimestre de 2007. O Ebitda chegou a R$ 1,39 bilhão no último trimestre do ano passado, com margem de 32,7%. O Ebtida teve um avanço de 42,6% na comparação com o mesmo período o ano anterior e 5,4% comparando com o terceiro trimestre do ano passado.
A Vivo fechou 2008 com uma base de 44,94 milhões de clientes. O número representa um crescimento de 20,2% em relação ao quarto trimestre de 2007 e 6,3% quando comparado ao terceiro trimestre do ano passado. As adições líquidas no último trimestre de 2008 totalizaram 2,66 milhões, o que dá a operadora 27,1% de market share das adições líquidas. O Arpu no trimestre de R$ 29,1 foi 5,8% menor que no quarto trimestre de 2007 e 1% menor que no terceiro trimestre de 2008 quando foi de R$ 29,4.

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