Não é apenas no campo dos sistemas operacionais para smartphones que Nokia e Google estão em lados opostos. Os dois gigantes brigam também pelo mercado de serviços de localização para telefones celulares. Isso ficou claro durante o Mobile World Congress, em Barcelona, onde as duas empresas participaram de um seminário dedicado ao tema.
A Nokia aposta pesado nesse mercado. Depois de lançar em 2007 o celular N95 com GPS embutido e seu aplicativo de navegação Nokia Maps 1.0, a empresa aproveitou a feira de Barcelona para anunciar que em 2008 espera vender nada menos que 35 milhões de celulares com GPS. Novos modelos com a tecnologia são apresentados em seu estande, como o N78, evolução do N73. Além disso, a fabricante lançou o Nokia Maps 2.0. A principal diferença dessa nova versão é uma atenção especial aos pedestres. ?Percebemos em pesquisas que as pessoas não estão usando o GPS apenas dentro dos carros, mas também caminhando e andando de bicicleta?, afirmou Michael Halbherr, vice-presidente da Nokia. Uma das novidades do software é a oferta de interfaces diferentes para motoristas e pedestres. No modo para pedestres, o aplicativo mostra na tela o nome de cada rua por onde se está caminhando. Além disso, para o pedestre a navegação é totalmente visual, sem a necessidade de um guia por voz.
A Google, por sua vez, trouxe a seguinte mensagem sobre serviços de localização: a plataforma precisa ser aberta e é necessário a participação dos usuários. ?A abertura leva à inovação?, disse o gerente sênior de produtos móveis da Google, Gummi Hafsteinsson. Depois da palestra, o executivo esclareceu a este noticiário que não se tratava de um recado a nenhum competidor em particular. Sobre a participação dos usuários, Hafsteinsson acredita que são os próprios consumidores que vão suprir de informação os bancos de dados ligados aos mapas. ?Temos que transformar o usuário em um provedor de informação para o sistema. Isso vai melhorar a experiência dos serviços para eles próprios?, avalia.
Por enquanto, a Google não ganha dinheiro com nenhum de seus aplicativos de localização para celular. ?Temos a política de primeiro lançar um serviço que seja útil para as pessoas. E só depois que ele se torna popular é que procuramos uma maneira de fazê-lo render dinheiro?, explicou o executivo a TELETIME News.
Hoje, a navegação é a principal aplicação de localização. Mas o que virá no futuro? ?Daqui a cinco anos o primeiro clique em um aplicativo de localização será para responder à seguinte pergunta: o que está ao meu redor? E em seguida: para que isso ao meu redor pode ser útil para mim? E só depois: como eu chego lá??, previu o CEO da SiRF Technology, Kanwar Chadha, presente no mesmo painel. Outras apostas dos especialistas são o uso da localização em games on-line e em redes sociais, como Orkut e MySpace.