Provedores regionais passam a oferecer mais fibra, mas rádio ainda a tecnologia mais popular

Foto: Pixabay.com

A pesquisa TIC Provedores 2017, realizada pelo Cetic.br e divulgada nesta quarta-feira, 12, comprova um dado que há algum tempo já é demonstrado nos balanços mensais de banda larga fixa da Anatel: os provedores regionais (ISPs) promovem boa parte do avanço da fibra ótica nesse mercado no Brasil. De acordo com o levantamento, 78% das empresas ofereciam esse tipo de conexão aos clientes até o ano passado, contra 49% em 2014. No entanto, o acesso fixo sem fio com frequência não licenciada (via rádio) ainda é a tecnologia mais comum, reportada por 84% dos ISPs.

Tecnologias mais antigas, como ADSL e cabo, são ofertadas por 12% e 11% das empresas, respectivamente. A tecnologia de cabo UTP (Ethernet) é ofertada por 51% dos provedores. Já com frequência licenciada, o percentual é quase a metade: 44%. A banda larga via satélite ainda tem penetração tímida, com 1%, mesmo percentual do modem 3G ou 4G (FWA).

No total estimado pelo Cetic.br, o País contava com 6.618 provedores. Em 2010, a pesquisa estimava em 1.928 provedores no mercado. Pelo menos 75% das empresas reportaram à Anatel até mil acessos.

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O mercado tem maior presença de provedores com base de mil a 3 mil clientes (28%). Os que têm entre cem e 500 clientes são 18%, mesmo percentual de quem afirma ter entre 500 e mil acessos. Os que têm entre 3 mil e 5 mil acessos são 10%; e os que têm mais de 5 mil acessos também são 10%. Ressalta-se que 12% não responderam e 4% disseram ter até cem clientes.

A maior parte dos ISPs é de micro e pequenas empresas. De acordo com o Cetic.br, 39% são de empresas com até nove funcionários (micro empresas), enquanto 49% são de entre dez a 49 empregados (pequena). As de maior porte, com 250 funcionários ou mais, representam 2% do total de provedores, mas concentram mais de 80% do mercado. A maior parte das empresas está no Sudeste (38%), seguido de Sul (23%), Nordeste (22%), Centro-Oeste (11%) e Norte (6%). Além disso, com mais micro e pequenas empresas, há também uma distribuição do regime tributário: 85% optam pelo Simples Nacional.

Velocidades

Os provedores regionais oferecem velocidade mínima de 1 Mbps, mas com a máxima já superando os 100 Mbps. Os recortes de velocidade mais disponibilizados por essas empresas são de 5 Mbps para 18% dos ISPs; de 10 Mbps para 16%; e de 2 Mbps para 15% da companhias.

Há diferenças regionais: no Norte, a velocidade mais vendida é de 1 Mbps (reportada por 23% das empresas), enquanto no Centro-Oeste é de 2 Mbps (com o mesmo percentual). Nordeste e Sul tem mais conexões de 5 Mbps, vendidas por 21% e 20% dos provedores, respectivamente. No Sudeste, a velocidade de 10 Mbps é a mais vendida (20% dos provedores).

Infraestrutura

Em termos de infraestrutura, houve aumento da proporção de regionais que possuem sistema autônomo (conjunto de redes com a mesma política de roteamento), passando de 70% em 2014 para 77% em 2017. A participação em pontos de troca de tráfego (PTT ou IX) envolve 42% – para 40% das empresas, o maior motivo para não participar de um PTT é o alto custo para contratar a infraestrutura de transporte.

A maioria das empresas (64%) investe mais de 20% do faturamento em expansão de rede. Os que investem de 15% a 20% são 11%; enquanto os que investem entre 10% a 15% são 5%. Além disso, 36% das companhias contratam entre 1 Gbps a 10 Gbps de capacidade de banda, enquanto 19% contratam entre 501 Mbps a 1 Gbps; e 7% afirmam contratar mais de 10 Gbps.

O IPv6 ainda é minoria entre os provedores, com 30% das empresas oferecendo esse protocolo no acesso, enquanto 86% ainda o fazem com IPv4. Os ISPs alegam como dificuldades a criação de plano de ativação (para 39% dos entrevistados) e a falta de pessoal capacitado (38%).

A pesquisa mostra ainda que 79% das empresas adotaram procedimentos de guarda de registros de conexão dos clientes, enquanto 24% declararam ter recebido algum ofício judicial com pedido de apresentação de dados ou logs de acessos dos clientes. O roubo de infraestrutura como cabos e antenas foi reportado por 49% das empresas.

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