Déficit no setor eletro-eletrônico é de US$ 6 bilhões

O faturamento do setor eletro-eletrônico em 2002 foi de US$ 56 bilhões, 4% inferior ao registrado no ano passado, segundo números apresentados hoje pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O setor de telecomunicações faturou US$ 5,9 bilhões, uma queda de 48% na participação total do setor. Em 2001, telecomunicações faturou US$ 11,4 bilhões.
As exportações eletro-eletrônicas foram de apenas US$ 4,2 bilhões, uma queda de 6% se comparados aos US$ 4,5 bilhões de 2001, enquanto as importações foram de US$ 10,3 bilhões, em comparação a US$ 12,5 bilhões do ano passado. Esses números geraram um déficit de US$ 6 bilhões na balança comercial do setor, 25% inferior ao de 2001, porém não devem ser comemorados, já que o setor não exportou mais, simplesmente deixou de importar, principalmente equipamentos e produtos para telefonia fixa. ?Cumpridas as metas da Anatel, diminuíram os investimentos em telefonia fixa e consequentemente as importações?, comenta o presidente da Abinee, Carlos de Paiva Lopes.
Entre os setores mais exportadores, a Abinee destaca a área de componentes elétricos e eletrônicos, que atingiu US$ 1,7 bilhão, seguida de telecomunicações (US$ 1,3 bilhão). Os produtos mais exportados foram telefones celulares, motocompressores herméticos e eletrônica embarcada. O setor de informática teve uma queda de 57% nas exportações, vendendo apenas US$ 108 milhões. ?A paralisia no mercado argentino foi o principal responsável pela queda nas exportações de informática. Em 2001, a Argentina chegou a comprar US$ 712 milhões e este ano, não passou de US$ 151 milhões?, diz Paiva Lopes.

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Para 2003, a associação não tem uma visão muito otimista. Segundo o presidente da Abinee, a previsão é que o setor fature US$ 62 bilhões, porém descontadas a inflação de pouco menos de 10% prevista e mantida a taxa cambial nos patamares de hoje, esse valor representaria apenas uma estabilidade no setor. ?Estamos contando com as medidas anunciadas pelo novo governo e com a estabilidade da economia. Também prevemos que a taxa de juros vá diminuir para algo em torno de 16% a 18% no final de 2003, caso isso não ocorra, o crescimento da indústria será muito menor?, prevê Paiva Lopes.
Em telecomunicações, a associação conta com um mercado de 13 a 14 milhões de celulares para 2003 entre troca de aparelhos e novos usuários e um mercado de 5 mil a 6 mil novas estações radiobase em todas as tecnologias (CDMA, TDMA e GSM). ?O mercado de telefonia fixa deve estagnar?, conclui o presidente da Abinee.

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