Aos poucos informações mais detalhadas do Plano Nacional de Banda Larga 2.0 ou Banda Larga para Todos, como foi chamado na campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff, começam a vir a público. Nesta quarta, 12, o ministro Paulo Bernardo revelou que a ideia do Mincom é atender com fibra (FTTx) 45% dos domicílios – algo muito mais realista do que a promessa de campanha, que falava em 90%. "O preço depende do percentual de domicílios que nós vamos atender a última milha com fibra: 45% dos domicílios com fibra na última milha custa R$ 40 bilhões", disse o ministro.
Bernardo ressalta que a última milha pode ser feita com qualidade a partir de outras tecnologias, como o 4G, por exemplo. Ele menciona que as operadoras deverão levar o 4G a todas as cidades com mais de 30 mil habitantes até 2015, o que garante boa velocidade na ponta e exclui a necessidade de fazer a última milha com fibra.
O custo do projeto, como se sabe, não será suportado integralmente pelo governo. Bernardo voltou a mencionar o mecanismo do leilão reverso como forma de viabilizar o projeto. No leilão reverso, ganha a companhia que utilizar a menor quantidade de recursos públicos. Mas, para ele, dada a importância do projeto, é provável que ele seja incluído no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
Importante notar que o termo "universalização" usado para falar da banda larga não tem o mesmo peso de quando o termo é usado para a telefonia fixa, que tem metas imputadas às concessionárias. "Quando a gente fala em universalização não quer dizer que é 100%. Os pesquisadores falam em 80%; nem a TV aberta está em todas as casas", afirma o ministro.
A outra perna do projeto diz respeito ao backhaul que hoje atinge apenas 47% dos municípios. O Minicom quer levar o backhaul com fibra a todos os municípios onde isso for viável, o que seria algo em torno de 90% das cidades País, e aumentar a capacidade quando for o caso. Nesse caso, o custo é estimado em R$ 10 bilhões. Acontece que essa meta está prevista na revisão do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) que está sendo discutida pela Anatel.
"Acho que deveríamos levar em conta o PGMU; isso teria um impacto positivo no nosso plano. Eu defendo que isso seja integrado porque impacta positivamente no nosso plano", afirma o ministro.