Regular big techs pode custar mais de R$ 2 bilhões ao Brasil, diz ALAI

Imagem: Danilo Paulo/Teletime

A Associação Latino-Americana de Internet (ALAI) afirma que a proposta  do PL 2.768/2022 do deputado João Maia (PP-RN) para regulamentar o funcionamento e a operação das plataformas digitais pode gerar um prejuízo à economia brasileira superior a R$ 2 bilhões

"O PL 2.768/2022 deve ter impactos negativos na economia brasileira, uma vez que suas disposições poderiam impactar os custos operacionais de plataformas digitais identificadas e pressionar os preços de bens e serviços comercializados digitalmente no Brasil, afetando negativamente a demanda por tais serviços", afirma a ALAI, em relatório sobre o PL ao qual TELETIME teve acesso. 

Em um cenário ainda mais extremo, as despesas associadas às questões regulatórias das big techs, os eventuais efeitos em cascatas e o "aumento na incerteza jurídica gerado por deficiências no texto legislativo" pode elevar as perdas para um patamar próximo a R$ 5 bilhões, acrescenta a ALAI.

Notícias relacionadas

Hoje, o PL 2.678 de João Maia aguarda parecer na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara. O texto, entre outros aspectos, atribui à Anatel a capacidade de regulação do ambiente digital. O PL cria também um Fundo de Fiscalização das Plataformas Digitais, que seria cobrado anualmente sobre a receita bruta de grandes plataformas.

Impactos

A ALAI acredita que os consumidores e os usuários profissionais (como os vendedores que atuam em plataformas) sofreriam os maiores impactos caso a medida vigorasse. E calcula que, dependendo do custo específico e dos cenários de repasse, esses usuários poderiam arcar com entre 78% a 98% do custo total, ou entre R$ 1 a R$ 4,9 bilhões.

"Espera-se que os consumidores, em particular, sejam o grupo mais afetado. As estimativas sugerem que poderão arcar com entre 36% e 65% da perda total de peso morto (produção econômica perdida devido ao Projeto de Lei) – uma faixa de R$ 0,7 bilhão a R$ 6,5 bilhões", diz a ALAI.

Neste sentido, o prejuízo poderia ser mais acentuado para as pequenas e médias empresas (PMEs) e os consumidores de baixa renda, considerados mais sensíveis às mudanças nos preços.

Taxa de fiscalização

Além disso, a entidade diz que ao avaliar o custo-benefício com a inserção da taxa de fiscalização, o dano total estimado superou a arrecadação com a implementação do projeto de lei. Em diversos cenários, o impacto superaria em duas vezes ou mais a arrecadação.  "A discrepância entre o prejuízo gerado e o montante arrecadado sugere que uma análise mais cautelosa dos termos do PL precisa ser considerada", afirma a ALAI.

Por fim, a associação acredita que, "embora a intenção regulatória possa ser orientada para a fiscalização e controle do poder de mercado das plataformas digitais, as consequências econômicas da implementação desta proposta, em seu formato atual, afetariam diversos agentes da economia brasileira".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!