Uma das maiores reclamações das operadoras brasileiras para atender às metas do 4G é a respeito da infraestrutura devido às dificuldades regulatórias para a instalação de antenas. Para o diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe, Erasmo Rojas, o problema do estresse da capacidade durante os picos de uso, principalmente com a terceira geração, podem ser amenizados com a utilização de smallcells e Wi-Fi. "O que se fala muito é que, quando a rede 4G chegar ao Brasil, isso vai ajudar, mas o tráfego de 3G vai continuar crescendo e [as redes] irão coexistir", afirma.
"Quando estamos falando de capacidade, realmente precisa instalar mais células, micro, pico, small, etc. Quando se fala em descarregar informação, há mais tecnologias", atenta Erasmo Rojas, citando um estudo publicado em agosto pela Rethink Technologies sobre a necessidade de investimento em smallcells e Wi-Fi até 2017. Ele ressalta, entretanto, que é importante que o governo brasileiro contribua para a infraestrutura, liberando mais espectro para o 4G, como a faixa de 700 MHz.
Segundo Rojas, as operadoras estão planejando implementar as smallcells e Wi-Fi para aumentar a capacidade de redes e complementar a cobertura das macrocells em áreas restritas, como prédios, e onde houver maior concentração de pessoas. Ele alerta para a importância de se utilizar espectro licenciado e que, no caso de femtocells, as operadoras deverão se responsabilizar por qualquer interferência, "especialmente se estiverem perto dos usuários". Em geral, o executivo acredita em um cenário no qual se combine várias tecnologias para dar conta do offload de dados. "É mais fácil instalar smallcells do que macrocellls porque precisa de menos equipamento, mas é importante que os prestadores de serviço tenham responsabilidade para procurar onde estão os dispositivos conectados nos prédios dos usuários, usando tecnologia como sistemas de localização, para monitoração das interferências", diz.
