Claro aponta interesses alinhados na TV paga e projeta retomada de receitas

Rodrigo Marques, da Claro. Foto: Marcos Mesquita Fotografia

Principal operadora de TV por assinatura do País, a Claro enxerga um alinhamento crescente na cadeia envolvendo programadores tradicionais, plataformas de streaming e a própria operadora, e projeta para 2025 uma possível retomada de receitas no segmento, a partir de uma abordagem convergente entre a TV paga tradicional e o streaming, e uma retomada do crescimento de base até 2025. Hoje a Claro tem cerca de 1 milhão de clientes baseados em seu serviço baseado em Internet, 80% das vendas já são nessa modalidade.

A perspectiva foi compartilhada pelo vice-presidente de estratégia e operação da Claro, Rodrigo Marques, durante o primeiro dia do PAY-TV Forum. O evento promovido por TELETIME e Tela Viva teve pontapé inicial em São Paulo nesta segunda-feira, 12.

"Estamos tentando criar modelos ganha-ganha com parceiros e evoluindo nessa direção. Hoje temos interesses muito mais alinhados do que tivemos no passado", indicou Marques. Ele lembrou que a Claro já empacota na Claro TV+ canais lineares da TV paga tradicional e as plataformas de streaming Netflix, Globoplay e Max. Outras parcerias  estão à caminho.

Notícias relacionadas

"Estamos na vanguarda da indústria e, em poucos meses, teremos o bundle [pacote] com mais conteúdos consolidados no mundo", prometeu Marques. "Isso é bom para consumidor, para o produtor de conteúdo que não precisa de produções novas a todo momento, e para distribuidora, que tem rentabilidade melhor e modelo mais equilibrado", prosseguiu o VP da Claro.

A partir do cenário, a empresa avalia que, do ponto de vista das receitas, a TV por assinatura convergente pare de cair na Claro neste ano de 2024. "E no ano que vem, temos possibilidade de crescimento", projetou Marques, a respeito das perspectivas para 2025.

ARPU e experiência

A transição dos modelos, contudo, ainda guarda desafios. "Temos que trabalhar muito no ARPU [receita média por usuário], que é difícil e está menos na nossa mão. Ele foi muito impactado porque o audiovisual foi desvalorizado com entrada de OTTs com preço muito baixo", argumentou o executivo.

Marques lembrou que a chegada nos últimos anos de novas plataformas OTTs propiciou "pacotes de muita qualidade a R$ 10", o que teria desvirtuado a percepção de valor para o consumidor. "[Já] hoje há um trabalho de todos os players de aumentar o preço, mas é um processo longo".

A própria multiplicidade e fragmentação de conteúdos nas plataformas de streaming é encarada pela empresa de forma crítica, embora também crie oportunidades para agregadores.

"[O segmento] ficou muito complexo depois da euforia inicial do modelo, deixando difícil para o consumidor entender e custoso para os players. Então estamos refazendo de uma forma que seja positiva para todo mundo", apontou Marques.

Pirataria

Em paralelo, um grande desafio para a cadeia segue sendo a pirataria audiovisual, indica o VP de estratégia da Claro. "Esse ainda é o grande mau desse mercado", afirmou o executivo. Segundo Marques, é possível que órgãos de governo façam mais a respeito da pauta, especialmente a Ancine.

"A ABTA, Anatel e detentores de conteúdo têm evoluído, mas precisamos da Ancine mais presente para bloquear conteúdos" afirmou o VP – ecoando defesa feita por Paulo Marinho, CEO da Globo, também no PAY-TV Forum. "Tem bastante caminho para avançar, e precisamos da junção de todos os players. Estamos em um bom momento para isso", avaliou Rodrigo Marques.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!