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Pix é aprovado; operadoras vislumbram simplificação de pagamentos e carteira digital

Com a instituição e a aprovação de seu regulamento publicadas pelo Banco Central nesta quarta-feira, 12, o arranjo nacional de pagamentos instantâneos Pix está despertando interesse entre as operadoras de telecom. Além de verem na plataforma uma possibilidade de transformar créditos pré-pagos em uma carteira digital comum, o setor também vislumbra a oportunidade de economizar uma cifra bilionária ao simplificar pagamentos de faturas e recargas.

Tal avaliação foi realizada durante painel promovido pelo SindiTelebrasil e pelo portal Jota também nesta quarta-feira – ou minutos depois da publicação da regulamentação do Pix, que tem início das operações previsto para 16 de novembro. Na ocasião, o vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, Renato Ciuchini, destacou que um caminho considerado promissor pelas teles é participar do novo arranjo como recebedoras.

“Minha estimativa é que as operadoras do Brasil gastem, entre arrecadação de fatura e de recarga, em torno de R$ 1 bilhão por ano. [Com o Pix] existiria melhora de experiência do cliente, na eficiência e nos custos. Participamos do grupo de trabalho do Banco Central e estamos nos preparando para ingressar e usar o Pix como meio de pagamento dos nossos serviços. Vemos isso como grande oportunidade nos próximos meses e em 2021″.

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Ciuchini citou como exemplo a reativação de serviços que a operadora oferece para clientes que regularizaram pagamentos em atraso: hoje, o processo é realizado na hora e “em confiança”, visto que o pagamento via boleto leva alguns dias para ser processado. “Com o Pix a gente elimina esse processo, que hoje é confuso e gera despesa alta”.

A perspectiva foi corroborada pelo diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello. Segundo ele, uma “série de recebedores importantes” já está sendo embarcada no Pix, como concessionárias de energia em trabalho ao lado da Aneel. “Estamos em conversas com as telcos, via SindiTelebrasil, para que embarquemos também elas como recebedoras. Seria algo conveniente e barato”.

Diretor de inovação e serviços digitais da Vivo, Rodrigo Gruner sinalizou que a empresa também tem observado de perto as possibilidades. “Acreditamos no potencial dos pagamentos instantâneos e estamos avaliando oportunidades e conversando com diversos players do mercado. A mensagem principal é que independente de com quem teremos parcerias, elas estarão conectadas ao Pix”. Gruner prometeu para breve novas parcerias da Vivo no segmento financeiro; recentemente, a TIM firmou acordo com o Banco C6 para oferta conjunta de serviços na área.

Carteira digital

Uma outra iniciativa que deve ser turbinada pelo novo arranjo é uma carteira digital a partir de créditos pré-pagos. Entusiasta da ideia, a TIM tem proposta para que os principais players do setor se reúnam em um modelo do gênero.

“Talvez a maior carteira digital do País é a wallet pré-paga das operadoras, que gira em torno de R$ 20 bilhões por ano. Com a integração com o Pix, estamos estudando como ir além do pré-pago. Estamos em fase de desenvolvimento, é confidencial ainda mas existe potencial nesse espaço”, afirmou Renato Ciuchini.

Segundo Gruner, da Vivo, a lógica do modelo já seria familiar ao cliente, visto que este já está acostumado a “transformar dinheiro em espécie em algo digital” no momento da recarga. A possibilidade seria interessante mesmo se considerada a redução da base pré-paga que o mercado de telefonia móvel tem atravessado. “[O cliente pré-pago] ainda é parte importante da população, e muitos não têm acesso à conta corrente e pagamentos. Sem dúvida é algo que estamos avaliando”.

É importante notar, contudo, que este modelo tem arestas que precisariam ser aparadas, sobretudo no que tange à tributação: como o crédito pré-pago tem imposto de serviço de telecom, seria necessário ajustar o momento em que o ICMS é cobrado no caso da carteira digital.

Cronograma

A partir de 5 de outubro os brasileiros vão poder associar sua conta bancária a uma chave de endereçamento pessoal (número de telefone celular, email ou CPF) para receberem pagamentos pelo Pix. Esse registro poderá ser feito através do app ou site da instituição financeira contratada.

Os dados ficarão armazenados no Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT), um banco de dados criado pelo Banco Central especialmente para o Pix. Os pagamentos instantâneos, contudo, só começarão a ser feitos em novembro, quando o serviço será disponibilizado para a população.

Segundo Mello, a alternativa será mais barata que os sistemas tradicionais, com transação custando um décimo de centavo frente média de R$ 0,07 cobrados no TED atualmente. No caso do Pix o custo é de R$ 0,01 por 10 transações. O diretor do Banco Central também destaca que a instituição não será provedora ou ofertante de serviços para a população, mas sim responsável pelo ecossistema voltado para aumento da competição na área.

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