Por meio do programa Banda Larga nas Escolas, 60 mil das 67 mil instituições de ensino públicas urbanas estão conectadas, mas 98% delas têm Internet com velocidade de até 2 Mbps, muito abaixo do que se pratica nas instituições de ensino dos Estados Unidos, de 100 Mbps, inviabilizando aplicações de aprendizado mais elaboradas. É o que mostra o estudo "Aprendizagem Móvel no Brasil: Gestão e Implementação das Políticas Públicas Atuais e Perspectivas Futuras", apresentado nesta quarta-feira, 12, em evento da Qualcomm em parceria com o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia. Segundo a pesquisadora Fernanda Rosa, diante das dificuldades de conectividade, muitos estados estão optando por soluções móveis para turbinar os acessos das escolas, em função da rapidez na implantação.
A pesquisadora associada à Universidade de Columbia reconhece que as conexões fixas têm melhor qualidade e maiores velocidades, porém custam mais e exigem um tempo maior para que fiquem disponíveis. O estudo, baseado no documento da Unesco "Diretrizes de políticas para aprendizagem móvel", destaca as vantagens do uso de smartphones e tablets como meio para possibilitar a aprendizagem a qualquer hora e lugar, além de serem instrumentos de combate à desigualdade, por permitir o acesso a informações para melhoria da qualidade de vida dos usuários "independentemente do local onde vivem, de seu status e de aspectos culturais".
"Nesse sentido, as tecnologias digitais, em especial as móveis, por sua intrínseca ubiquidade, devem ser vistas como propulsoras de novo processo de ensino-aprendizagem, e não apenas como suporte à repetição dos padrões existentes", diz o estudo. Fernanda destaca que a conectividade passa a ser um dos elos mais fortes desse processo.
Para o diretor de negócios da Qualcomm, Oren Pinsk, a conexão das escolas públicas brasileiras por meio das novas tecnologias móveis como 4G e small cell, é possível. Segundo levantamento da companhia, o custo estimado para isso seria de US$ 3 bilhões, "valor 25% menor do que dotar esses estabelecimentos com redes Wi-Fi", disse.
Já o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, vê no programa Banda Larga para Todos – que ainda será lançado pelo governo – como a solução para aumentar a velocidade de conexão das escolas. A proposta é de que a velocidade média chegue a 25 Mbps com a instalação de fibras óticas em 90% dos municípios brasileiros.