A oferta de ferramentas usando as redes de telecomunicações, por meio de interfaces de programação (APIs) do Open Gateway devem aproximar ainda mais os setores de telecom e bancário, assim como as redes privativas móveis. No primeiro caso, espera-se aceleração no lançamento de novos serviços, ao passo que o segundo, atualmente mais usado na indústria, deve chegar às instituições financeiras em nova roupagem.
A aposta foi compartilhada por Alexandre Gomes, diretor de Marketing da Unidade de Grandes Empresas e Governo da Claro empresas, durante o evento Febraban Tech 2025, encerrado nesta quinta-feira, 12, em São Paulo.
O executivo ressaltou que, até o momento, o setor financeiro é "o grande consumidor" das ferramentas disponibilizadas via Open Gateway, programa liderado pela GSMA, associação global de operadoras, que abre recursos de telecomunicações a empresas de outros setores, habilitando novos serviços, sobretudo para reduzir fraudes e identificar o verdadeiro usuário do chip de celular.
Além disso, Gomes indicou que o interesse dos bancos no uso das redes de telecom vai surtir efeito no lançamento das próximas APIs. Segundo ele, estão por vir "umas dez aplicações de API em desenvolvimento com o setor financeiro".
"O mercado financeiro já está com um grupo de desenvolvedores olhando para essas soluções", afirmou o diretor da Claro empresas. "A forma como estamos fazendo, expondo a nossa rede para o mercado, é algo novo e superdifícil. Temos que aliar qualidade e segurança", acrescentou.
Gomes ainda destacou que uma maior proximidade entre os setores vai gerar ferramentas eficientes via Open Gateway, uma vez que as teles têm seus projetos, mas "quem sofre a dor tem mais ideias".
Adicionalmente, o executivo pontuou que as redes privativas móveis, sobretudo as que utilizam a tecnologia 5G, vão encontrar cada vez mais espaço junto ao setor financeiro.
O primeiro passo disso, em sua avaliação, tem sido a adoção da solução de banda larga sem fio que usa o sinal de quinta geração (FWA) em agências bancárias, mesmo que como opção de backup.
"A rede privativa é o grande caso de uso do 5G hoje. Na minha opinião, vai chegar ao mercado financeiro com outro nome: network as a service. O setor vai consumir ao tirar os cabos", sinalizou.
Banco proativo e hiperconectado
No mesmo painel, o diretor executivo de TI do BTG Pactual, Eduardo Bento, compartilhou a sua visão sobre o futuro do setor bancário com o auxílio da indústria de conectividade, indicando que "o banco estará em tudo", será proativo e dependerá de menos comandos dos usuários.
Em resumo, Bento aposta na escalada de aparelhos de Internet das Coisas (IoT), de modo que o usuário poderá fazer operações bancárias ao integrar as contas aos dispositivos conectados.
"O cotidiano das pessoas tende a mudar. Em um cenário em que tudo está conectado, o banco vai estar em tudo, sem interação humana", disse. "Para mim, o banco vai ser 100% proativo, integrado e transparente na vida das pessoas. Ou seja, vão interagir com as pessoas sem a necessidade de input dos clientes", complementou Bento.