Cisco busca oportunidades de aquisições em AI, segurança e cloud

Com um capital de US$ 200 bilhões, a Cisco é uma das maiores companhias de tecnologia do mundo, e parte da estratégia é de crescimento inorgânico, por meio de aquisições – já são mais de 200 desde o começo dos anos 90. A companhia atualmente tem um portfólio de 120 subsidiárias diretas, além de investimentos de venture capital em mais 40. Assim, a fornecedora norte-americana busca novas oportunidades, sobretudo nos campos de segurança, cloud, machine learning e inteligência artificial.

A equipe do vice-presidente de Corp Dev Team, Activities and M&A da Cisco, Rob Salvagno, está espalhado por pontos-chave nos Estados Unidos, Europa, Ásia-Pacífico, China e Israel, mas ele alega que há possibilidades em mercados como o brasileiro. "No Brasil nós fizemos o primeiro investimento em uma empresa há oito anos, mas desde então fizemos vários investimentos de venture-capital", afirma.

"As aquisições são muito focadas em áreas em que a Cisco quer participar diretamente, ou na qual achamos que temos a oportunidade de desenvolver a tecnologia além." Além disso, a empresa busca adquirir negócios que a permitam liderar o mercado específico no qual quer entrar. Essas companhias devem adotar uma "cultura similar" com a Cisco, diz o executivo, com um time "forte para ter escala e crescimento" para um crescimento sustentável.

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"A forma como vejo é que os investimentos são uma lente para o futuro", declara. Salvagno cita que essa foi a ótica para fazer investimento em temas que hoje já são realidade, como segurança, colaboração e cloud. Neste momento, o foco está em inteligência artificial e machine learning, mas a empresa também busca por propriedades intelectuais (IP, na sigla em inglês) que vêm no portfólio das adquiridas. Segurança é um tema que a empresa sempre busca, já que é considerada parte fundamental do "core busines", mas a fornecedora está atenta também a startups que cuidam de big data e analytics.

No campo da tecnologia quântica, mencionada no painel de abertura do evento, o executivo diz que ainda não é um tema que se provou viável comercialmente, e por isso a Cisco apenas avalia se vai ou não fazer investimentos. "O desafio com a computação quântica é se vai levar cinco, dez ou 20 anos para acontecer. Conhecemos muitas companhias, nos reunimos com elas, mas não fizemos nenhum investimento porque não está claro se vai ser comercialmente viável. Estamos em uma posição de monitorar", diz Salvagno.

Huawei

Rob Salvagno cita o posicionamento da empresa em relação ao caso da Huawei: a fornecedora norte-americana otimizou as próprias cadeias de fornecimento para se preparar. "Então, minimizamos qualquer impacto de tirar qualquer aplicação", afirma o executivo. Ele diz que a estratégia da Cisco não mudou com a tensão entre EUA e China, e que a empresa tem uma visão de longo prazo, embora não se mostre alheia às volatilidades. "Esperamos que tenha uma resolução para a guerra comercial, achamos que isso não é bom para os negócios", declara.

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