Estudo prevê cenários conflitantes para teles brasileiras

Estudo realizado pela consultoria norte-americana PGO Consulting "Using Scenarios to Test Telecom Strategies – Brazil Case", finalizado recentemente, destaca que as incumbents têm grandes desafios pela frente com a configuração de três cenários possíveis do mercado.
O primeiro cenário é positivo: nele as empresas locais estabelecidas, em conjunto com operadores de longa distância, assumem a liderança do mercado de novos serviços em rápida expansão, compensando a queda de receita com serviços tradicionais. Um segundo cenário é menos otimista: neste as incumbents não são capazes de responder de maneira eficaz a explosão da demanda por novos serviços e soluções, lutando para manter suas posições no mercado. Reagem adquirindo novos operadores que corroem suas margens devido ao alto custo das aquisições. Nesse mesmo cenário, segundo estudo da PGO Consulting, o VoIP tornou-se onipresente, com novos operadores e empresas tradicionais promovendo ofertas e competindo acirradamente pelo mercado. Paralelamente, este movimento promove a difusão da banda larga e instalações bem-sucedidas de WiMAX, desagregando a rede local. Em um terceiro cenário a demanda do mercado não atinge os níveis esperados pelas incumbents devido à recessão econômica. Novas entrantes e operadoras tradicionais lutam para encontrar mercado e a agência reguladora toma medidas drásticas para estabilizar a situação. Nesse cenário a expansão da banda larga é muito modesta limitando o lançamento de novos serviços.
O presidente da PGO Consulting, Bill Ralston, destaca que esses três cenários propõem alguns desafios e a emergência de novas estratégias. Entre eles destaca a questão da substituição de receitas em declínio e como encorajar o usuário a usar o serviço fixo; como penetrar e competir em novos mercados historicamente muito diferentes das teles, como a TV por assinatura; como ter acesso a conteúdos de qualidade; quais estratégias devem guiar parcerias e possíveis aquisições diante do amplo leque à frente das operadoras; como pilotar as oportunidades e riscos criados por ação ou falta de ação regulatória; o que acontece quando os concorrentes iniciam fusões ou crescem por aquisições; e por último, como competir contra novos entrantes que usam tecnologias transformadoras para penetrar e dominar novos mercados. ?Durante este ano os executivos da indústria deverão pensar e se perguntar até que ponto sua estratégia atual leva em conta estes desafios?, destaca Ralston.

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Metodologia

A PGO Consulting, baseada em San Jose, na Califórnia, trabalha com o planejamento de cenários auxiliando empresas a desenvolverem estratégias que levam em conta fatores de incerteza. O estudo ?Using Scenarios to Test Telecom Strategies – Brazil Case? é um ponto de partida onde as organizações determinarem os principais pontos de incerteza em cenários futuros e planejar ações, explica Octávio Sampaio, consultor da indústria de telecomunicações e co-autor do estudo.
Segundo ele, o Brasil é particularmente interessante entre os países emergentes pelo tamanho do mercado. ?Mundialmente, todas as operadoras e fornecedores estão atentos à adoção de novas tecnologias e quais terão impacto no País, configurando-se como uma grande oportunidade?, destaca.
O estudo foi desenvolvido especificamente para o Brasil mas pode ser espelhado para outros mercados emergentes que terão que fazer a mesma transição para novas tecnologias dentro de determinada gama de incertezas, obrigados a oferecer novos serviços sem saber de antemão a resposta do mercado. ?Empresas devem ser flexíveis para mudar estratégias de acordo com diferentes cenários ativando novos investimentos e movendo-se rapidamente para outra configuração?, explica Sampaio. É claro que essa mobilidade é bem mais difícil para as incumbents. ?Mas elas podem fazer ajustes. O importante tomar ações preventivas, endereçando novos serviços e novos mercados?, diz Ralston. ?Geralmente as incumbents têm resistido às mudanças com o fardo de terem investimentos em tecnologia ultrapassada. Com visões do futuro, podem tomar decisões corretivas para melhorar sua participação no mercado?, completa.

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