O balanço da Telebras no primeiro trimestre de 2025 indicou uma receita operacional líquida de R$ 114 milhões para a estatal, ou alta de 45% na comparação com o mesmo intervalo de 2024.
A operadora do governo federal, contudo, ainda registrou prejuízo no trimestre: de R$ 10,9 milhões, embora 86% menor que as perdas registradas em igual período um ano antes. Os números foram divulgados pela empresa nesta segunda-feira, 12.
O aumento da receita no primeiro trimestre foi explicado principalmente pelo efeito da renovação do contrato do Gesac com o Ministério das Comunicações (MCom). Assim, a receita de banda larga (SCM) da empresa aumentou 50,7%, totalizando R$ 100 milhões que representam a maior parte do que a estatal fatura.
Por outro lado, os custos e despesas operacionais vinculados à operação da companhia ainda superam a receita: no primeiro trimestre, a linha somou R$ 117 milhões, praticamente estáveis (+0,5%) na comparação com um ano atrás. Serviços com terceiros caíram 11%, mas custos com meios de conexão e com pessoal avançaram 8% cada.
Ajuda do governo
Neste sentido, contribuíram com o balanço da tele R$ 77 milhões em subvenções orçamentárias recebidas do governo, e que ajudaram a arcar tanto com parte dos gastos com pessoal quanto com outros custeios. Tais recursos são contabilizados no passivo exigível (não circulante) como Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (AFAC).
Considerando tais fatores, a estatal teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 74,1 milhões no primeiro trimestre, representando avanço de mais de 2.700% em um ano. Na mesma base, a margem Ebitda foi de 64,8%.
Se desconsiderados os efeitos das subvenções, a Telebras teria um Ebitda negativo de R$ 3,4 milhões no primeiro tri e uma margem de -3%. Vale notar que a empresa também tem dívida líquida de R$ 283 milhões, linha esta que cresceu 36% em um ano.
Acordo com EBC
Entre as informações do balanço da Telebras está o relato de um contrato estratégico da empresa com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que terá solução de alta disponibilidade e proteção de ativos digitais garantida pela estatal para a distribuição de conteúdo online.
O serviço, baseado em uma rede dinâmica de distribuição e aceleração de conteúdo (CDN), possibilitará a otimização da transmissão de vídeos, áudios e demais materiais digitais dos portais e serviços da EBC. O contrato inclui tanto CDN dinâmica quanto CDN estática, afirma a Telebras. Ambas já estão em funcionamento e serão geridas a partir do Data Center Tier IV da operadora.