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S&P: em meio à covid-19, fluxo de caixa e venda de ativos da Oi preocupam

Fachada da Oi no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Acompanhando o corte na nota de crédito da Oi anunciado nesta última segunda-feira, 11, o relatório da agência de risco S&P sobre a situação da operadora manifestou uma série de preocupações com a geração de caixa da empresa em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o cronograma da venda de ativos non-core.

A S&P revisou o rating de crédito da operadora de “B” para “B-” em nível global e de “brA-” para “brBBB” em escala nacional. Na mesma linha, a agência diminui para R$ 19,3 bilhões a projeção de receita da Oi para 2020 e 2021, ante R$ 21,5 bilhões e R$ 22,0 bilhões previstos anteriormente. Um dos aspectos principais da análise foi o impacto do cenário macroeconômico sobre a operação.

“Acreditamos que a pandemia da covid-19 resultará em recessão, levando a uma contração de 4,6% no PIB do Brasil em 2020. Isso deve afetar as receitas da Oi, principalmente dos segmentos pré-pago e linha fixa, resultando em um declínio acima do esperado nas unidades geradoras de receitas (RGUs) este ano e em pressões na receita média por usuário (ARPU)”, afirmou a S&P.

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Frente eventuais dificuldades de cobrança, a agência projeta uma “considerável necessidade de capital de giro” para a empresa. Combinado com o plano de capex de R$ 7 bilhões, tal fator resultaria em geração de fluxo de caixa operacional livre (FOCF) negativa nos próximos 12 meses.

“Projetamos agora um FOCF negativo em R$ 4,3 bilhões em 2020 e em R$ 3,7 bilhões em 2021, versus nossa projeção anterior de R$ 2,5 bilhões e R$ 2,0 bilhões negativos, respectivamente”, avaliou a agência. Aliado à depreciação de 20% do real em 2020, o indicador resultaria em um índice de dívida sobre EBITDA acima de 8x.

Venda de ativos

Na análise da S&P, as vendas de ativosconcluídas e a capitalização de R$ 2,5 bilhões devem ser suficientes para financiar o capex da Oi em 2020. “Entretanto, a empresa depende de mais vendas de ativos para dar continuidade a seu plano nos anos seguintes. Atualmente, presumimos que conseguirá vender suas torres e data center em 2020 e alguns imóveis em 2021, mas destacamos que a pandemia da covid-19 aumenta as incertezas quanto ao montante de recursos e momento das transações”.

Caso a Oi não consiga avançar com a venda dos ativos (fundamental para a estratégia de expansão de fibra), a S&P cogita um novo rebaixamento na nota de crédito. “Além disso, poderemos rebaixar os ratings se a liquidez se deteriorar, o que pode resultar de uma geração de FFO [geração interna de caixa] mais fraca do que o esperado, de maiores necessidades de capital de giro ou vencimentos no início de 2022”.

Por outro lado, um avanço acima das expectativas nas vendas de ativos com manutenção do plano de capex poderia resultar em alteração para estável da perspectiva nos próximos 6 a 12 meses. Vale lembrar que a companhia estaria atualmente fazendo due dilligence para uma eventual venda da Oi Móvel para a TIM e a Vivo.

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