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Estudo indica necessidade de até R$ 11 bilhões para levar acesso a escolas com banda larga

Cristieni Castilhos, CEO da MegaEdu, durante o evento Educação Conectada

O Brasil vive um momento com muitos debates sobre políticas de conectividade em escolas, seja por políticas já em curso, como a PIEC, do Ministério da Educação, seja por projetos como o uso dos recursos de 5G (R$ 3,1 bilhões) para programas de educação conectada, ou recursos do Fust, que anualmente terá 18% de sua arrecadação para projetos desta natureza. Mas existe ainda um grande desafio de entender a dimensão do problema e a partir disso direcionar as políticas. Este foi o mote principal do evento Educação Conectada, realizado pela TELETIME nesta terça, 12, em Brasília.

Mauro Rabello, secretário de Educação Básica do MEC

Mauro Rabello, secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, lembra que o Brasil tem hoje 87,7 mil escolas com Internet, mas não necessariamente para propósitos pedagógicos. Segundo dados do Censo Escolar, 66,8 mil escolas, de um universo de 178 mil, efetivamente usam a conectividade na atividade fim, que é a educação de alunos. Ele também apontou que um dos desafios de conectar escolas é que a imensa maioria é gerida por Estados ou municípios, e o MEC atua no apoio e no repasse de recursos, mas não necessariamente está na linha de frente, disse ele na abertura do evento.

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Diagnóstico de conectividade

Também no painel de abertura, foi feita pela primeira vez uma apresentação pública de um estudo realizado pela Fundação MegaEdu em parceria com a consultoria BCG e com base no cruzamento e análise georreferenciada de diversos estudos recentes sobre educação e conectividade, como o Censo Escolar de 2021, o C2DB (estudo baseado em croudsoucing realizado pelo BID e Anatel) e levantamentos do CIEB. A MegaEdu é uma fundação brasileira que atua com o objetivo de ajudar em políticas de conectividade em escolas e que tem como apoiadores o BID, a Fundação Lemann, a Fundação Imaginable Futures e o Governo Britânico. Segundo Cristieni Castilhos, CEO da MegaEdu, o grande desafio é que hoje apenas 1 em cada 20 escolas no Brasil atingem o patamar desejável de conectividade de 1 Mbps por aluno. Esse é considerado o patamar mínimo, dentro de referenciais internacionais, para aplicações que possam contribuir com o processo de aprendizado em escolas.

O estudo da MegaEdu a partir do conjunto de outros dados e estudos compilados analisou o Brasil em setores retangulares de 600 por 1.200 metros e observou a quantidade de escolas e a disponibilidade de fibra em cada um deles. Das 139,5 mil escolas públicas, são 112 mil escolas cobertas e 104 mil conectadas. Há ainda 35 mil escolas desconectas, mas 15,6 mil delas poderiam ser facilmente conectadas por estarem em áreas de cobertura. O problema seriam as outras 22 mil, que estão fora destas zonas de cobertura e outras 5,4 mil que nem energia têm disponível. 

Das 22 mil escolas sem cobertura, o estudo apresentado por Castilhos estima que 14,6 mil são viáveis para atendimento com algum investimento em fibra, 7 mil precisariam de alguma tecnologia alternativa, como satélite. Já as 5,4 mil escolas em áreas tão críticas que nem mesmo energia elétrica está disponível precisariam de uma abordagem mais ampla, envolvendo um atendimento específico e políticas na área de energia.

“A gente olhou também não só a realidade da escola, mas também  o entorno, e concluímos que a conexão em escolas traz benefícios a toda a comunidade”, diz. Mas existe um custo de levar conectividade a estas escolas: R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões, segundo o estudo da MegaEdu, sem considerar as despesas com redes de backbone e backhaul, já que a MegaEdu assume que essas deficiências já seriam naturalmente cobertas com as políticas existentes no Plano Geral de Metas de Universalização, obrigações do edital de 5G e outras que estejam focadas em redes desse tipo. 

“Além do investimento para conectar estas escolas, é preciso pensar no custo operacional de manter, o que está na ordem de R$ 220 milhões a R$ 230 milhões”, disse ela, como conclusão do estudo. Segundo Castilhos, existem hoje políticas que poderiam cobrir boa parte desse investimento e o PIEC (Programa de Inovação Educação Conectada, que se tornou política permanente a partir da Lei 14.180/2021) pode garantir boa parte dos recursos operacionais necessários para a manutenção dos serviços.

1 COMENTÁRIO

  1. bom dia é para isso que existe o FUST um fundo criado para levar internete e tecnólogia para as escolas e regioes mais carentes são 44 BILHOES que nunca foi usado será que o governo tem outros planos para esse fundo

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