Para ter acesso ao Fust, empresas podem ser obrigadas a oferecer contrapartidas

Ao mesmo tempo em que governo e oposição tentam fechar um acordo para que o PL 1.481/2007 (nova Lei do Fust) consiga ser votado ainda neste mês no Plenário da Câmara dos Deputados, novas ideias continuam surgindo para alterar o projeto. A última movimentação foi feita pelo deputado Miro Teixeira (PDT/RJ), que pretende incluir uma nova regra para as empresas que pretendem ter acesso aos recursos do fundo.
A sugestão de Teixeira é que as empresas prestadoras de serviços privados (como banda larga) sejam obrigadas a apresentar uma contrapartida financeira para ter acesso ao Fust. A proposta é que essas empresas aportem recursos próprios nos projetos no montante equivalente ao obtido no fundo. Segundo o relator do projeto, deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), a preocupação do deputado Miro Teixeira é que exista alguma compensação ao fato de as empresas estarem usando recursos públicos para financiar redes que, por natureza, são privadas.
A lei em vigor permite que apenas as concessionárias do serviço prestado em regime público (STFC), usem recursos do Fust. Assim, na visão exposta por Miro Teixeira aos demais deputados, o retorno das redes financiadas com o fundo público à União estaria plenamente assegurado, garantindo que as estruturas pagas com verbas públicas pertencem ao governo. Com a mudança legal proposta pelo PL 1.481, serviços prestados em regime privado podem também ter sua expansão financiada com o Fust, colocando em dúvida o retorno desses investimentos à União.

Notícias relacionadas
Uma ressalva foi feita na proposta de Teixeira: a obrigação de investimento próprio às empresas prestadoras de serviços em regime privado se restringe às companhias privadas. Essa ressalva se fez necessária para que empresas como a Telebrás, Serpro, Correios e outras estatais – muitas cotadas para participar do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – possam ter acesso aos recursos do Fust sem o obstáculo da contrapartida.
Ainda não se sabe se a emenda proposta por Teixeira pode ser aceita pelo relator no Plenário ou se o deputado preferirá colocá-la em votação em separado. A perspectiva é que o projeto passe por uma nova tentativa de votação ainda nesta semana.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!