Espectro e TV paga são as principais preocupações dos radiodifusores nos EUA

Gordon Smith, presidente da NAB, principal associação de radiodifusores dos Estados Unidos, apontou durante a abertura do evento NABShow 2010, realizado em Las Vegas (principal copngresso e feira para o setor de TV do mundo ) os três temas que despertam preocupação da associação para os próximos anos: o Plano Nacional de Banda Larga recentemente anunciado pela FCC; a possibilidade de cobrar das operadoras de TV por assinatura pelo sinal digital das abertas; e a proposta de cobrança de direitos autorais musicais das emissoras de rádio.
O plano de banda larga norte-americano (National Broadband Plan), que vem sendo preparado pela FCC, foi o principal tema abordado. A FCC pretende realocar e compartilhar as frequências dos radiodifusores para liberar espectro para a banda larga. Para Smith, o governo está tentando tirar frequencias das emissoras de TV, sem levar em conta o valor social da radiodifusão. A associação diz que há espectro livre fora da faixa das emissoras, cabendo ao governo fazer um levantamento de quem é o dono de cada frequencia e como ela vem sendo usada.
A iniciativa, aliada às tecnologias de compressão, poderiam livrar frequências "sem empurrar a radiodifusão para fora do espectro". Para Gordon Smith, "a realocação de espectro é ruim para os consumidores e para a radiodifusão." O executivo lembrou que 15% da população americana conta apenas com os sinais da TV aberta, afirmando que os mais velhos, bem como as classes menos abastadas, seriam prejudicados. Smith lembrou ainda que a radiodifusão já devolveu um quarto de seu espectro com o fim da transição para a TV digital e que esse espectro sequer começou a ser usado. Para o presidente da NAB, há chances de o plano de banda larga ficar obsoleto antes mesmo de ficar pronto, como aconteceu com o "Telecom Act", em 1996. "Um ano meio se passou desde o início das discussões sobre o Plano de Banda Larga. Imagine quantas inovações tecnológicas foram desenvolvidas neste período", disse.

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TV por assinatura
Gordon Smith lembrou também, durante seu pronunciamento, das discussões em torno da liberação do conteúdo da TV aberta para as operadoras de cabo. O executivo disse que os operadores de cabo se beneficiam de conteúdos de alto valor como a cobertura dos jogos olímpicos, o Super Bowl e programas como "American Idol" e "Lost", mas não querem pagar por isto. "Nós temos que ser recompensados pelo principal conteúdo oferecido na TV por assinatura", afirmou.
Sobre o que a NAB chama de "taxa de execução", para direitos musicais no rádio, Smith afirmou que a parceria entre radiodifusores e gravadoras sempre foi saudável. "Nenhum grande artista existiria sem o rádio", afirmou. Segundo ele, o que aconteceu com a indústria fonográfica foi culpa dela mesma. "Quando grandes empresas começam a processar adolescentes, você sabe que algo está muito errado", disse, apontando que as gravadoras tentaram barrar a evolução tecnológica com processos na justiça, ao invés de buscar novos modelos negócios e de comercialização. "Agora correm ao Congresso se colocando como vítimas do rádio", disse. "A proposta das gravadoras é que elas fiquem com 50% da taxa, os artistas com 45% e os músicos de apoio com 5%. Nos casos em que os artistas não forem encontrados, querem ficar com 100%", disse. "Nos tempos do Google, querem que acreditem que não é possível encontrar um artista", ironizou.

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