A avaliação sobre um futuro uso da banda C satelital (3,7-4,2 GHz) por serviços 5G é encarada como uma pauta para médio e longo prazo pela Anatel, que ainda vai iniciar os estudos sobre a possibilidade.
Pauta cara para as operadoras de telecom, a avaliação foi incluída na portaria 1.924 do Ministério das Comunicações (MCom), que estabeleceu diretrizes para o leilão de 5G. O texto prevê estudos para destinação total ou parcial da parte superior da banda C para suporte à banda larga.
"Seja para SMP [Serviço Móvel Pessoal] ou para a banda larga, não podemos de forma alguma avançar sem a correta análise", observou o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação, Vinicius Caram, em entrevista ao TELETIME. A indicação é que o tema não é o mais urgente para a agência.
"Quando falamos de uso espectro, sempre consideramos o curto, médio e longo prazo. [A banda C satelital] está na nossa pauta, mas com certeza em médio a longo prazo. Hoje ela está ocupada, tem sua relevância e direitos de exploração que só vencem depois de 2025", sinalizou ele, em menção às operadoras de satélites incumbentes dos 3,7-4,2 GHz.
Demanda
Por coincidência, é também em 2025 que Caram projeta ver o 5G consolidado no Brasil. Até lá, avaliação é que a demanda por espectro para serviços de telecom estará bem acomodada no País – seja através da capacidade recorde a ser disponibilizada no leilão do meio do ano ou por conta da recente destinação do 6 GHz para o WiFi 6E.
O superintendente reconheceu a importância e custo benefício potencial atrelados à disponibilização de mais banda média para o 5G. Por outro lado, observou que avançar sobre toda a banda C (como os EUA) não é necessariamente a melhor opção também em solo brasileiro. Caram ainda lembrou que outras alternativas em banda média são consideradas pela Anatel para acomodar a futura demanda de quinta geração. Entre elas, o 4,5 GHz e o 10 GHz.