TV box pirata: laboratório da Anatel soma 1,1 mil IPs bloqueados

Foto: Shutterstock

O Laboratório Antipirataria da Anatel somou 105 operações de bloqueio de TV boxes piratas. O número corresponde às ações realizadas até o dia 3 de fevereiro de 2025. Com isso, essa estrutura especial criada pela agência em setembro de 2023 mantém fora do ar hoje 1.180 endereços de IP.

Os números foram apresentados pela superintendente de fiscalização da Anatel, Gesiléa Teles, durante reunião do Conselho Consultivo da agência na última terça-feira, 11. Ela também revelou que o Laboratório Antipirataria monitora atualmente 15.159 endereços de IP.

"Também fizemos o bloqueio de 172 URLs [domínios usados pela pirataria] e 2.190 são monitoradas", revelou Teles. 

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Entenda os números

Ao TELETIME, a agência explicou em detalhes os números. Os 1.180 endereços de IP bloqueados até fevereiro de 2025 correspondem a soma de endereços que permanecem fora do ar no momento atual.

Isso porque, segundo a agência, a escassez de IPv4 obriga a autarquia a reavaliar periodicamente esses endereços e "desfazer" parte dos bloqueios.

Já os 15.159 IPs monitorados correspondem ao total de endereços que, em algum momento, estiveram bloqueados – mas permanecem sob avaliação da Anatel. Para efeito de comparação, esse mesmo número era de pouco menos de 3 mil em 2023.

"Caso não exista mais um serviço pirata [no IP], ele é desbloqueado, pois pode ser alocado para qualquer outro serviço legítimo. Em um ambiente de endereços IPv4 esgotados e sujeitos a compartilhamento, seria uma péssima e custosa prática manter endereços IP bloqueados sem necessidade", explicou o órgão.

Desafios

Teles falou sobre os desafios enfrentados pelo órgão para combater as TV boxes ilegais. De acordo com ela, qualquer ação que a agência precise realizar para o bloqueio de IPs significa orquestrar uma uma operação com mais de 21 mil provedores de Internet no Brasil. Esse processo de comunicação não é imediato e pode levar alguns dias para que todos esses provedores consigam cumprir o pedido da autarquia sediada em Brasília.

Apesar disso, Gesiléa Teles lembrou que 194 provedores brasileiros (desse universo de 21 mil) respondem por mais de 80% do tráfego de Internet do País. Para ela, uma ação imediata com esse grupo menor de players do mercado já é suficiente para derrubar de forma rápida a maior parte dos acessos ilegais de TV boxes.

Redução

De acordo com a agência, o Brasil registrou queda no percentual de consumidores que acessam conteúdo audiovisual de forma ilegal. Essa afirmação teve como base uma pesquisa realizada no ano passado pela ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura): 25% dos respondentes do estudo afirmaram que abandonaram o consumo pirata. Esse universo representa aproximadamente 37 milhões de internautas, segundo a pesquisa.

Desses 37 milhões de internautas (em dezembro de 2024), 52% responderam que abandonaram o  consumo de conteúdos piratas por problemas técnicos nas TV boxes. Outros 19% informaram que deixaram a pirataria por conta dos bloqueios da Anatel. Somados, esses dois grupos representam um universo aproximado de 26,7 milhões de usuários.

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