O governo federal deseja fortalecer as cadeias produtivas de satélite, veículos lançadores e radares. A iniciativa foi anunciada nesta quarta-feira, 12, e faz parte da Missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB) – programa de fortalecimento da indústria com investimentos públicos e privados.
Ao todo, a indústria da defesa brasileira contará R$ 112,9 bilhões em investimentos até 2026, indica o pacote. Desse montante, R$ 33,1 bilhões virão do setor privado, distribuídos da seguinte forma:
- R$ 23,7 bilhões nos setores aeroespacial e defesa;
- R$ 8,6 bilhões no setor nuclear;
- R$ 789 milhões em segurança e outros setores.
Entre as cadeias produtivas prioritárias da Missão 6 estão veículos lançadores, radares e satélites. Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.
Durante o evento de anúncio em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin comentou que investir nessas tecnologias é de alto interesse para a soberania e defesa nacional. Por trás dos investimentos privados no setor aeroespacial estarão as associadas da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) e, com destaque, a Embraer – que é parte da entidade.
Investimento público
Já recursos da ordem de R$ 79,8 bilhões para a missão 6 serão públicos. Desse valor, R$ 31,4 bilhões estão alocados no PAC Defesa, financiando iniciativas como o desenvolvimento do caça Gripen, o avião cargueiro KC-390, a produção de viaturas blindadas, a construção de fragatas e o programa de submarinos.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou ainda que a Finep já investiu R$ 4,2 bilhões em projetos como o reator multipropósito brasileiro e o foguete para veículos hipersônicos, com previsão de mais R$ 331 milhões em aportes futuros.
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Banco do Brasil, por sua vez, forneceram R$ 23,75 bilhões em apoio a exportações do setor. Além disso, BNDES planeja destinar R$ 20 bilhões adicionais até 2026 para fortalecer a cadeia produtiva, segundo o MDIC.
NIB
O programa Nova Indústria Brasil foi criado em janeiro de 2024 como uma política para guiar o País até 2033. De lá para cá, a NIB soma R$ 3,4 trilhões em investimentos anunciados – sendo R$ 1,1 trilhão público e R$ 2,24 trilhões do setor privado.
"As metas da Missão 6, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas definidas pelo o MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira", afirmou em nota o MDIC.