Conforme esperado, a assembleia de acionistas da Portugal Telecom (PT) SGPS, marcada para esta segunda-feira, 12, e que iria aprovar (ou não) a proposta de venda dos ativos em Portugal para a francesa Altice, por 7,4 bilhões de euros, foi adiada para o próximo dia 22 de janeiro. Isso aconteceu devido à recomendação da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal, que instruiu acionistas da empresa a analisarem mais informações após a divulgação do relatório da PwC na semana passada, que mostrava irregularidades na governança e na gestão financeira da PT SGPS. A própria companhia portuguesa emitiu comunicado pouco antes de definir o adiamento, afirmando que os acionistas poderiam "vir a considerar mais adequado suspender a sessão". Havia duas propostas de adiamento: uma por 21 dias e uma or 10 dias. Prevaleceu, por 90% dos votos, o adiamento por um tempo menor, o que denota a preocupação dos acionistas com a realização rápida da AGE.
No Brasil, a Oi emitiu comunicado declarando apoio à suspensão, reiterando que a venda dos ativos para a Altice seria a melhor decisão para os acionistas da PT SGPS e que isso vai permitir à empresa participar de forma ativa em algum processo de consolidação no Brasil. Confira abaixo o comunicado da Oi na íntegra:
A Oi apoiou a suspensão da Assembleia de Acionistas da PT SGPS que votaria a venda da PT Portugal nessa data. Esse apoio está fundamentado no pedido de informações adicionais feito pela CMVM. Embora a Oi entenda que foram previamente colocados à disposição dos acionistas elementos informativos necessários e adequados para a deliberação, o apoio à suspensão traduz sua disposição permanente em prestar toda e qualquer informação adicional julgada eventualmente necessária pelo Regulador, proporcionando assim uma avaliação correta e acurada pelos investidores.
A Oi entende que a venda é o melhor para todos os seus acionistas diretos e indiretos, inclusive PT SGPS, já que após o evento Rio Forte criou-se um cenário negativo para as duas companhias, e a venda da PT Portugal ataca a alavancagem de ambas as empresas, aumentando suas flexibilidades financeiras, capacidade de investimento, e habilita a Oi a participar no esperado processo de consolidação no Brasil, que tem potencial de captura de sinergias materiais, ganhos de escala e melhora ainda mais da flexibilidade da Oi.
A Oi acrescenta que a suspensão da Assembleia é realizada de sorte a dar maior segurança na deliberação da mesma e caminhar para a viabilização da aprovação da venda da Portugal Telecom, na medida em que esse é o desejo do mercado, conforme as manifestações reiteradas dos acionistas da Oi e a recomendação unânime da ISS e da Glass Lewis (duas das principais instituições internacionais de orientação de voto de investidores no mercado de capitais) aos acionistas da PT SGPS.
Oi aproveita e reitera seu compromisso já manifestado anteriormente, no âmbito de seu aumento de capital, de ingressar no Novo Mercado de forma a se tornar uma companhia de capital pulverizado com os mais altos padrões de governança corporativa.