Estúdios abraçam distribuição digital de home video

Um painel com diretores de tecnologia de alguns dos maiores estúdios americanos debateu na quarta, 11, durante o CES, em Las Vegas, o impacto da distribuição digital para Hollywood. Segundo o analista Theodore X Garcia, da PWC, 2011 foi o ano da virada do vídeo digital, com as vendas de DVD caindo no mundo e os estúdios abraçando os formatos de distribuição em rede. Em 2012, acredita, este movimento será reforçado. Ele lembra que são enviadas 48 horas de conteúdos para o YouTube por minuto, e que o item mais vendido na última black Friday (dia de descontos nas maiores lojas dos EUA) foi o tablet Kindle Fire. "Basta mencionar que 30% do tráfego da web é gerado nos EUA pelo Netflix", lembrou Garcia.

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A presidente da Warner Brothers Technical Operations, Darcy Antonellis, afirmou no painel que a plataforma móvel é uma extensão natural daquilo que o estúdio já produz. Ela reforçou a aposta dos estúdios na plataforma de distribuição autenticada UltraViolet (criada por um consórcio que envolve estúdios e fabricantes de equipamentos). O presidente da Sony Pictures Technology, Chris Cookson, lembrou que a questão não é a UltraViolet em si, ma aquilo para que ela foi criada. "O consumidor não quer saber de tecnologia. Ele quer o conteúdo", disse. E o VP sênior de tecnologia de distribuição da Disney, Arnaud Robert, lembrou ainda que as principais restrições estão nos direitos, e não na tecnologia. "Há restrições legais entre o que queremos e o que podemos fazer", disse.

Nuvem

Também no campo da produção a tecnologia está causando um grande impacto. Ed leonard, CTO da Dreamworks, contou no painel que  a distribuição em nuvem (cloud computing) está melhorando o fluxo de trabalho do estúdio de animação. "Trabalhamos com criadores distribuídos em vários lugares, e hoje é muito mais fácil trocar informações e materiais, estamos economizando muito tempo com isso", afirmou.

Realidade

Com todas estas possibilidades de novos formatos de distribuição abertas, o painel fez um alerta. "Nós aqui estamos numa bolha, só com pessoas que têm acesso a tudo. Como explicar tudo isso para o consumidor, que muitas vezes não tem nem banda larga em sua casa?", perguntou Guy Finley, da Media & Entertainment Services Alliance.

Arnaud, da Disney, lembrou que existem dois aspectos a serem levados em conta na promoção destes serviços. "Temos que construir a confiança do consumidor na tecnologia. Ele ainda está acostumado com o computador que quebra e a conexão que cai. E temos também que calibrar as expectativas em relação a estes serviços. Dizemos que ele vai assistir a tudo, a qualquer momento, em qualquer dispositivo, e isto não acontece exatamente assim, o que pode gerar frustração", disse.

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