Abranet comemora parecer da SEAE

A associação dos provedores de acesso, Abranet, considera importantíssimo o parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE)recomendando ao Cade que aprove com restrições a operação de compra dos ativos do iG pela Telemar. Segundo Roque Abdo, presidente da associação, "a recomendação da SEAE é alinhada com o pensamento dos provedores e deveria ser seguida pelos demais órgão de defesa da concorrência". A SEAE recomenda a aprovação da operação apenas se a Telemar der aos outros provedores condições isonômicas às dadas ao iG, sobretudo no compartilhamento de receita pelo tráfego gerado.
A Abranet questiona a operação entre Telemar e iG desde que ela aconteceu, há quase dois anos. "A Anatel nunca se manifestou sobre o nosso questionamento, mas incorporou algumas coisas no texto da consulta 417, que deverá resultar nas novas regras para o provimento de acesso", diz Abdo, que espera que o Cade e a Anatel "acabem logo com essa situação de desigualdade competitiva".
O que está acontecendo, na verdade, é que a Telemar, ao comprar o iG, vislumbrou a possibilidade de ter receita das outras teles através do tráfego gerado pelo seu provedor. Isso acontecerá no momento em que, dispondo de números próprios na área da Telefônica e Brasil Telecom, a empresa passar a ser remunerada pela interconexão necessária ao acesso ao seu provedor gratuito. O negócio inegavelmente tem potencial de receita para a Telemar, mas há dúvidas se essas receitas compensarão os R$ 50 milhões que foram pagos aos acionistas do iG por isso. Esse acionistas são, aliás, os mesmos que controlam a Telemar, exceto BNDES e fundos: GP, Opoportunity, La Fonte e Andrade Gutierrez.

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O problema é que a estratégia da Telemar está sendo seguida de perto pelas demais empresas de telecomunicações. A Telefônica prepara-se para lançar seu provedor de acesso gratuito iTelefônica. A Brasil Telecom já adquiriu o Ibest e a GVT tem o POP. Além disso, o modelo proposto pela consulta pública da Anatel praticamente acaba com a vantagem que as teles teriam em oferecer acesso gratuito na área de outras teles, de modo que esse modelo de exploração de Internet pode estar com os dias contados. Ainda mais com o rumo que os órgão de defesa da concorrência parecem estar dando para a questão. A SEAE deu apenas o primeiro passo.

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