Desafio não é conectar o próximo bilhão, mas sim os 3 bi seguintes

O desafio de conectar o "próximo bilhão" de pessoas no mundo, discutido após entrega do documento no Fórum de Governança da Internet (IGF 2015) nesta quarta, 11, em João Pessoa, pode ser maior do que se imagina. Na verdade, conectar o próximo bilhão não é o problema, mas sim os três bilhões seguintes de desconectados, segundo o vice-presidente global de políticas de tecnologia da Cisco, Robert Pepper. "Francamente, acho que a meta é muito modesta", declara. "Estamos prevendo que entre hoje e 2019, 1,1 bilhão de pessoas a mais vão se conectar. Então, se não fizermos nada, elas ficaram conectadas. Precisamos ser mais agressivos, então a pergunta é: como acelerar?"

O conselheiro sênior de Políticas de Tecnologia e Internet do subsecretariado do Departamento de Estado do Estados Unidos, Manu Bhardwaj, destaca o lançamento em setembro da iniciativa Global Connect. O programa pretende conectar 1,5 bilhão de pessoas até 2020 – as estratégias serão desenvolvidas no começo de 2016 com outros governos e stakeholders. "Estamos empolgados de ter apoio de, até agora, 22 ONGs globais, Jim Kem, do Banco Mundial, o presidente da Tanzânia e outros dignatários estrangeiros do mundo desenvolvido e em desenvolvimento", conta.

Alvo de críticas com o Internet.org, o Facebook mostrou estar "de acordo com a abordagem multissetorial", segundo o representante da empresa, Kevin Martin. Mas a empresa tem uma visão diferente desses potenciais conectados. "Vemos três montantes de pessoas: o bilhão que não tem acesso à infraestrutura necessária para se conectar; cerca de um bilhão de pessoas para os quais o custo é uma barreira significativa; e o maior grupo é, na verdade, dois bilhões que vivem dentro da cobertura, mas para quem a relevância e conhecimento são as maiores barreiras", classifica. Naturalmente, para chegar a todos esses, inclusive os dois bilhões finais, ele sugere a abordagem do Free Basic Services, nome do zero-rating do Internet.org.

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Ainda assim, o tema do primeiro bilhão se mostrou crítico no debate. Na opinião do representante do secretariado da IGF regional da África, Makane Faye, o programa de conexão do próximo bilhão de pessoas deveria ser visto como um projeto de países e setores e, assim, deve-se usar o projeto de melhores práticas e metodologias. Faye sugeriu diversas abordagens semelhantes ao documento apresentado nesta terça-feira, mas inclui ainda uma sugestão de programa de monitoramento em tempo real e contínuo da evolução do plano.

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