Expansão de banda larga só é possível por causa das OTTs, diz João Rezende

Na briga entre serviços over-the-top (OTT) e operadoras e provedores de Internet (ISPs), há sempre o desentendimento sobre quem vai pagar a conta para investimentos de expansão das redes. Em setembro, durante o Painel Telebrasil, a posição do presidente da Anatel, João Rezende, era de que as teles poderiam se beneficiar do aumento de tráfego de alguma forma. Agora há um pouco mais de boa vontade para o lado das OTTs. "Tirando aqui um pouco da choradeira (das operadoras) em relação às OTTs, acho que a expansão da rede do serviço só é possível porque tem alguém procurando conteúdo, e quem produz conteúdo só vai vender se tem rede", afirma.

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Ele acredita que há "mau aproveitamento" das operadoras em relação ao mercado over-the-top da mesma forma como ainda as empresas estariam tímidas em adentrar o mercado de TV a cabo, no qual ainda há 40 milhões de residências a conquistar. Rezende espera ainda por definições no comportamento dos mercados europeu e norte-americano, referindo-se às propostas de neutralidade de rede do governo de Barack Obama e da Comunidade Europeia. Mas ressalta: "Obama é pato manco, está com avaliação (de popularidade) muito ruim, e essa discussão é nova no mundo inteiro, temos cadeia que vai de produção de conteúdo até o usuário e ainda não tem definição do processo", declara. Com a mistura de conceitos e negócios, haveria dificuldade para a regulação entender o modelo e para operadoras e provedores de conteúdo procurarem outra forma de capturar receita. "Mas não estou dizendo que as OTTs têm que pagar isso", ressalta.

Momento natural

"Para nós, o negócio é oferecer boa qualidade de Internet para ter OTT, e eventualmente gostaríamos de ser remunerados pelo OTT também", afirmou o diretor da On Telecom, Fares Nassar. "Nós entendemos o Netflix e o Google não como concorrente, mas como grandes fornecedores. O cliente quer isso, ele não quer (saber se é) rede de fibra ou xDSL", declara. Nassar diz que isso justifica a prática da empresa, que utiliza LTE em 2,5 GHz para acesso fixo, de oferecer franquia para os acessos. "Eu vejo isso como um momento natural, é o jeito de tentar dividir esse custo. Estamos e vamos continuar cobrando capacidade."

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