Um dado curioso da pesquisa ConsumerLab TV and Media, divulgado pela Ericsson nesta quarta-feira, 11, é a aposta da empresa na realidade virtual (VR). A fornecedora sueca prevê que a tecnologia enfim se tornará popular em 2020, sendo utilizada por um em cada três consumidores. Em comunicado, o conselheiro sênior da divisão de pesquisas da companhia, Anders Erlandsson, afirmou que "a VR tem o potencial de juntar pessoas de todo o mundo e criar experiências de mídia mais profundas, mais personalizadas e mais complementares".
A previsão contrasta de forma aparente com a recente decisão de uma das maiores concorrentes da Ericsson. Na terça-feira, 10, a Nokia anunciou "planos de otimizar investimentos em realidade virtual", o que na prática significa "reduzir investimentos e focar mais em oportunidades de licenciamento de tecnologia".
A decisão ocorre após resultados "abaixo do esperado". Com isso, a unidade OZO da Nokia Technologies, especializada em VR, deverá ser descontinuada (assim como a câmara e o hardware homônimos). Serão dispensados 310 funcionários de um total de 1.090 da área de tecnologia da fornecedora, sendo a maioria dessas demissões na Finlândia, Estados Unidos e Reino Unido. Para começar o processo, a companhia solicitou reunião com representantes dos funcionários.
"A Nokia Technologies está em um ponto onde, com foco e investimento certos, podemos crescer nossa marca de forma significativa no mercado de saúde digital, e devemos aproveitar essa oportunidade", afirmou em comunicado o presidente da divisão, Gregory Lee. "Embora necessárias, as mudanças também vão afetar nossos empregados, e como uma companhia responsável, estamos comprometidos em prover o apoio necessário para os que serão afetados", completa.
Vale notar que a pesquisa da Ericsson aponta para "várias mudanças que precisamos" para que a VR consiga chegar a ser mainstream. Cita a redução de preço do hardware em si (o óculos, sobretudo), o que é considerado preferível para 55% dos consumidores. Pelo menos metade dos entrevistados disse também que deveria haver mais conteúdos. E um terço disse que ficaria mais interessado na realidade virtual se pudesse ter um pacote combo de seu provedor de vídeo/TV.
Aposta de Zuckerberg
Enquanto isso, também nesta quarta-feira, 11, o Facebook mostrou que continua apostando na tecnologia, efetuando justamente o que a pesquisa da Ericsson pondera: aparelhos mais acessíveis e expansão na oferta de conteúdo. Obviamente, a empresa de Mark Zuckerberg é dona da Oculus, fabricante do headset Rift. A companhia anunciou um novo óculos sem a necessidade de hardware adicional (como smartphone, console de videogame ou PC) chamado Oculus Go, que será vendido por US$ 199 a partir do início de 2018. A companhia também anunciou redução do preço do Rift, de US$ 499 para US$ 399; e novos recursos para o Facebook, como vídeo em 360º ao vivo e posts em 3D no feed da rede social.