Segue a guerra entre provedores de conteúdo de Internet e operadoras de telecomunicações. Depois do movimento de mobilização (Internet Slowdown) realizado nesta quarta, em que os provedores de conteúdos como Netflix simularam o que poderia acontecer em termos de qualidade de acesso aos serviços caso os princípios de neutralidade não fossem respeitados, hoje foi a vez das respostas. O vice-presidente executivo da Comcast, David Cohen, por meio do blog corporativo da empresa, refutou acusações de que as empresas de TV a cabo (caso da Comcast) teriam interesse em "quebrar a Internet". Segundo ele, a Comcast sempre defendeu as regras de Open Internet e continua apoiando a proposta feita pela Federal Communications Commission (FCC) no mesmo sentido. Segundo Cohen, a Comcast não apoia nenhuma iniciativa que preveja a classificação dos serviços de Internet como serviços de telecomunicaçães, o que exporia o serviço a níveis mais severos de regulação.
A Verizon manifestou-se na mesma linha da Comcast também por meio do seu blog corporativo, lembrando que em nenhum momento as empresas de telecomunicações desaceleraram os investimentos necessários para acelerar a Internet.
A ação Internet Slowdown aconteceu no mesmo dia em que a FCC registrou número recorde de contribuições em uma consulta pública. A entidade obteve 1,477 milhão de comentários sobre a neutralidade de rede, superando o "nipplegate", como ficou conhecido o caso da cantora Janet Jackson expondo um seio durante a final da liga de futebol americano, o Superbowl, em 2004.
Pelo Twitter, a vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, postou link para uma reportagem da BBC sobre o Internet Slowdown comentando: "A UE (União Europeia) propõe uma abordagem diferente para a neutralidade de rede: sem bloqueio/aceleração, sem pagar a mais às telcos para ter boa conexão". Vale lembrar, no entanto, que Kroes foi um dos votos contra a inclusão da neutralidade de rede no documento final do NetMundial, em abril deste ano.