Em fase final de reestruturação, Oi volta a ter prejuízo e queda de receitas no 2º tri, mas com melhora de caixa 

Pela primeira vez divulgando resultados trimestrais como uma operadora reestruturada, sem a operação móvel ou o controle da unidade de infraestrutura de fibra, a Oi registrou no segundo trimestre recuo na receita e prejuízo, muito por conta do legado dos serviços baseados nas redes legadas (STFC e xDSL) impactando negativamente. Contudo, a dívida líquida teve mais de 37% de queda, e o caixa disponível aumentou. 

Assim, a receita líquida da Nova Oi caiu 36,9% no segundo trimestre, totalizando R$ 2,770 bilhões. Considerando o primeiro semestre, a redução foi de 18,7%, total de R$ 7,185 bilhões. 

Por ter se tornado uma empresa mais enxuta, a divisão da receita está mais equivalente entre as áreas de fibra (consumidor), da Oi Soluções (corporativo) e serviços legados (baseados na rede de cobre). Comparando apenas esses negócios, a receita de "operações continuadas" mostrou um aumento de 1% no trimestre, total de R$ 2,237 bilhões. Nos seis meses, houve redução de 1,5%, total de R$ 4,362 bilhões. 

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A Oi Fibra totalizou R$ 958 milhões de receitas entre maio e junho, avanço de 38,7%. Em seis meses, foi de R$ 1,871 bilhão, aumento de 45,9%. Por sua vez, a Oi Soluções cresceu 2,1% no trimestre (total de R$ 686 milhões) e caiu 3% no semestre (R$ 1,305 bilhão). 

Como era de se esperar, as receitas com as operações legadas é que impediram um resultado positivo na operadora. A redução no trimestre foi de 40,5%, total de R$ 502 milhões, enquanto no semestre foi de 38,9%, total de R$ 1,092 bilhão.

As operações descontinuadas (ainda da Oi Móvel e da V.tal) e as mantidas para venda (o DTH) também mostraram recuo: 76,3% no trimestre e 35,8% no semestre, totalizando R$ 503 milhões e R$ 2,762 bilhões, respectivamente. A empresa afirmou que espera que a venda da Oi TV, "que já tem o term sheet com a Sky assinado", seja concluída até 2023. Da mesma forma, a operadora ainda colocou que espera a entrada de caixa até o final de 2022 de cerca de R$ 1 bilhão com a venda de sites de infraestrutura fixa, que têm proposta vinculante da Highline.

Prejuízo

A venda de ativos não impediu que a operadora obtivesse prejuízo líquido de R$ 321 milhões, contra lucro de R$ 1,139 bilhão no segundo trimestre do ano passado. De janeiro a junho, contudo, a companhia mostrou resultado positivo: lucro de R$ 1,461 bilhão. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina totalizou R$ 388 milhões no segundo trimestre, uma redução de 69,8%. Entre janeiro e junho, foi de R$ 1,641 bilhão. A margem EBITDA de rotina caiu 15,2 pontos percentuais e ficou em 14% no trimestre. No semestre, a queda foi de 4,6 p.p., ficando em 22,8%.

O maior impacto dos desinvestimentos foi na redução da dívida líquida. A companhia reduziu em 37,3% no comparativo anual, totalizando R$ 16,123 bilhões. Comparado ao primeiro trimestre deste ano, a redução foi até maior: 48,7%. 

Também houve melhoria no caixa disponível. A Oi destacou uma melhora de 47,1% em relação a junho do ano passado. Assim, a tele encerrou o primeiro semestre de 2022 com R$ 5,031 bilhões em caixa. 

Os investimentos, por sua vez, diminuíram 79,5%, totalizando R$ 388 milhões no segundo trimestre. A queda foi de 80% no semestre, total de R$ 751 milhões. Essa economia no Capex é explicada pela venda da Oi Móvel, que já está em efeito desde o primeiro trimestre deste ano.

Operacional

A Oi encerrou junho com 7,265 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs) de fibra, aumento de 29,1%. Desse total, 3,632 milhões são de banda larga (aumento de 30,1%) e 3,560 milhões de voz fixa (avanço de 30%). O IPTV caiu 24,4% e somou 74 mil acessos. 

A operadora aumentou a quantidade de casas conectadas com fibra em 29,5%, chegando a 3,678 milhões de acessos FTTH. Porém, a taxa de ocupação caiu 1,8 ponto percentual e ficou em 21,8%. 

No legado, a Oi ainda conta com 3,156 milhões de acessos, após redução de 45,4%. Desses, 2,276 milhões são de telefonia fixa (queda de 42,8%), e 880 mil ainda de Internet pelo cobre (xDSL), uma redução de 51,2%. A tele avalia que ainda há tendência de substituição fixo-móvel, além de "priorização do on demand na distribuição do conteúdo" – ou seja, streaming. 

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