Acordo entre Winity e Vivo causa 'surpresa' e 'estranheza' entre operadoras

Foto: Pixabay

Anunciado no início da semana, o acordo de compartilhamento recíproco de elementos de rede entre Vivo e Winity (compradora da faixa nacional de 700 MHz no leilão de 2021) causou "surpresa" e "estranheza" entre players do setor.

Nesta quinta-feira, 11, diversos executivos da indústria de telecom se reuniram em seminário sobre a tecnologia 5G organizado pelo Ministério das Comunicações (MCom). Entre eles, o presidente da Claro Brasil, José Félix, que classificou como uma "surpresa" a parceria entre a concorrente e a operadora de infraestrutura.

Para o dirigente, uma avaliação sobre o acordo entre Winity e Vivo seria precipitada, visto que os termos da parceria ainda não são conhecidos. Ainda assim, Félix admitiu que gostaria de entender quais reflexos a parceria pode causar no mercado.

Notícias relacionadas

"A gente espera que a Winity seja um operador neutro, e é assim que ela se posiciona desde que participou do leilão. Entendemos que eles vão fornecer infraestrutura em estradas e eventualmente sites em cidades onde a gente não conseguiria chegar. Não mudamos esse pensamento e se acontecer de fato [a abordagem neutra], no futuro vamos conversar sim, mas a partir de agora precisamos entender o que muda e se de fato mudou alguma coisa".

Já um outro executivo ouvido por este noticiário, de uma empresa regional, manifestou "estranheza" com o acordo da Winity com a Vivo, especialmente por conta do modelo de aluguel de espectro. "Se fosse um outro modelo, até poderia ser", afirmou. Pelos termos anunciados, a Vivo utilizaria 5+5 MHz do espectro de 700 MHz da Winity em 1,1 mil cidades. A operadora de infraestrutura arrematou 10+10 MHz nacionais no leilão do ano passado.

Segundo este interlocutor, a preocupação seria ainda maior caso confirmado que uma outra operadora nacional – no caso a TIM – tem acordo engatilhado com a Winity para uso da outra fatia da capacidade. O executivo também lamentou que negociações de provedores regionais com a operadora de infraestrutura estejam travadas, seja por uma espécie de reticência da Winity ou pela cobrança de valores bem acima dos entendidos como justos pelos players regionais.

Nesta última quarta-feira, 10, a associação de provedores regionais TelComp manifestou preocupação com o acordo e pediu "máxima transparência" sobre os termos. A parceria deve passar pelo crivo do Cade e da Anatel, que prometeu análise minuciosa sobre o tema.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!