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Embratel lançará DTH em 2009 de olho na classe C

Com base numa pesquisa realizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza em abril último, a Embratel avalia alguns conceitos que poderão nortear o empacotamento de canais de TV por assinatura via satélite (DTH) para atender a classe C. Embora realizada nessas três praças, a amostra servirá como parâmetro para todo o território nacional. O responsável pelo projeto de TV por assinatura da Embratel, Antônio João Filho, disse que o lançamento do serviço, cujo nome ainda não foi revelado, será no início de 2009 e que o produto será adequado para o que o consumidor quer, mas que a definição de uma programação adequada depende de uma série de critérios, como parcerias existentes e interesses do espectador. "Não poderemos convidar todos para a festa", disse. Referia-se ao seu pacote básico, que terá alguns canais, mas não todos. Segundo comentários de mercado, a Embratel colocará a programação Globosat em seu pacote inicial, o que deve excluir muitos dos outros canais disponíveis no mercado, já que há uma meta de preço a ser alcançada. Antônio João não comenta a informação e diz que as negociações com programadores são sigilosas. Sobre o levantamento junto aos potenciais clientes para apurar que tipos de canais seriam mais interessantes, o executivo explicou que a pesquisa não foi determinante para a formação dos pacotes, mas sim para a criação de conceitos. O objetivo é criar uma oferta consistente, não condicionante.

Sondagens

Segundo o executivo, a sondagem visava descobrir o que faria alguém comprar um serviço de DTH, para depois negociar com os programadores. Descobriu que itens importantes para atrair a classe C são acesso ao crédito, mecanismos de recuperação em caso de inadimplência, saber como funciona a classe C, entre outros. Mais um dado importante é que a TV por assinatura está concentrada em grandes centros, o que torna muitos territórios do País potenciais para a exploração de DTH.

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A mostra revelou também que esse público de classe C não aceita conteúdo legendado, valoriza muito a família, toma decisões com base no que a família pensa e no que o círculo de amizade mais próximo decide.
Antônio João não quis adiantar preços e também descartou inicialmente parcerias para a venda conjunta com acesso em banda larga. Mas admitiu que o serviço de voz da Embratel, o Livre, poderá ser incluído como opção de valor adicionado. Entretanto, garantiu que a oferta também será atrativa para o cliente, do ponto de vista financeiro, se contratada isoladamente. Obviamente ficará mais interessante quando incluída num pacote.

Desafios da classe C

O que puxa as vendas num pacote, o acesso em banda larga, a TV por assinatura ou o serviço de voz? Antônio João lembra que banda larga é o objeto de desejo de todas as classes sociais. A penetração de computadores nos lares desperta o interesse pela banda larga, o que venda também o serviço de TV. Mas até que ponto o orçamento desse consumidor é elástico? Não muito. Por isto, o consumidor não pode errar e a operadora não pode colocar conteúdo, por imposição dos programadores, que ele não quer assistir, opina o executivo. Para André Guerreiro, da Net Serviços, a TV por assinatura tem que aproveitar e surfar esta onda da classe C, mas destacou que quem está impulsionando o crescimento da TV paga nesse segmento é a banda larga. E mostrou-se cético quanto a essa explosão de consumo, fruto de um ciclo econômico que pode ser passageiro.
A responsável pelos canais pagos da Band, Silvia Jafet, também reconheceu que a classe C é um desafio para os programadores: "Fala-se que é um consumidor que tem uma sobra de R$ 147 ao mês para gastar, mas não se sabe até quando isto dura. É uma oportunidade." Este excedente no orçamento da população com menor poder aquisitivo é disputado por vários segmentos que atendem o varejo. Para chegar a um pacote interessante para todos os envolvidos é preciso que operador e programador trabalhem juntos, propõe Silvia. Ela diz que já houve negociação com uma operadora, mas não houve acordo.
A diretora executiva da NeoTV, Neusa Risette, alerta para o risco de se perder a onda da classe C, por ser difícil juntar programadores num objetivo único: "Todos querem incluir seus canais. Não vêem o que a classe C quer, cada um defende seus interesses." A diretora afirma que já fez várias tentativas de fazer pacotes mais baratos, sem sucesso. Reclamou que até o governo poderia colaborar, com menos taxação de serviços aos operadores, pois TV por assinatura "é inclusão da informação, e não só entretenimento".
Escutar o que a classe C quer também foi um dos pontos ressaltados pelo diretor de mídia da Procter & Gamble, Pedro Martins da Silva, que realizou uma apresentação sobre a oferta de produtos para a classe C. Segundo Silva, 75% da população brasileira é de baixa renda e o preço do produto não deve ser definido simplesmente a partir do corte de custos, mas sim por aquilo que o consumidor necessita.

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